Às segundas gosto de falar sobre atividade física. Acho legal começar a semana com essa vibe, afinal, segunda é o dia internacional do "Agora Vai", e dar uma ajudinha nesse sentido sempre faz bem. Mas hoje quero falar um pouco sobre como a atividade física é importante em momentos delicados de nossa vida.
Arthur foi um bebê planejado, vindo quando sentimos que estávamos prontos e maduros. Minha gravidez foi deliciosa, cheia de mimos e paparicos, da família, dos amigos, dos alunos e principalmente do papai. O parto aconteceu como o planejado, salvo a dor e falta de anestesia, queria muito ter natural - consegui. Isso tudo não impediu que eu sentisse algo pelo qual jamais imaginei passar nessa vida.
Quem me conhece sabe o quanto sou animada, positiva e bem disposta. Apesar disso, após o nascimento do bebê, me senti fracassada e impotente. Aquele bebê tão frágil nesse colo tão inexperiente... puxa! Sobreviveríamos? Sei que muitas das coisas que vivi naqueles meses iniciais estavam dentro da minha mente, e eu não entendia!
A depressão pós parto é algo muito mais poderoso sobre o qual cerca de 10% das mulheres são acometidas, mas essa melancolia, essa impotência, essa preocupação, esse chororô recebe o nome de "Baby Blue", pois para os americanos, quando a coisa está Blue é porque está triste.
Isso se deve ao estresse enorme e a quantidade de hormônios a que as mulheres são submetidas nos dias próximos ao parto (antes, durante e depois).
Elliot, um amigo e sempre atento, foi fundamental para que esses sintomas todos não ultrapassassem o limite seguro, pois uma simples louça sem lavar já era um tormento enorme na minha cabeça. Quem ler as postagens que escrevi após o nascimento do Arthur perceberá em minhas palavras todo meu incômodo.
Prontamente Elliot foi me mostrando, porque eu não conseguia perceber, o quanto estava chateada e melancólica. Logo me incentivou a ir a academia, sair de casa, deixar o bebê com ele e tirar um tempo só para mim. Como sabe o quanto a atividade física nos faz bem, foi nossa primeira opção. Ver pessoas diferentes, respirar um outro ar que não fosse de fraldas, seria muito bom para minha recuperação. A lém disso, a liberação dos "hormônios de bem estar" adrenalina, serotonina e endorfina certamente me trariam benefícios físicos, químicos e psicológicos que se estenderiam a nossa família, que naquele momento estava tão dependente de mim.
Escrevo isso hoje por constatar que naquela época me sentia tão incapaz apesar de ter me preparado tanto para esse filho, que mal tinha vontade de sair com ele de casa, o cansaço me consumia.
Portanto deixo essa mensagem hoje, para as mamães frescas, procurem algo que possam trazer benefícios físicos e psicológicos pois o bebê precisa de nós e precisamos estar bem para o bem de nossa família. Esse negócio de se fechar em casa não é legal. Academia, já sabem os benefícios, mas fazer uma unha, uma caminhada, algo que possa fazer viver a mulher e não somente a mãe que existe em você é fundamental.