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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Aleitamento Materno: como conciliar a volta ao trabalho e a amamentação

Nessa Semana Mundial do Aleitamento Materno, trago novamente uma matéria da dra. Luciana Herrero, pediatra e consultora internacional de amamentação pelo IBLCE/EUA (International Board of Lactation Consultant Examiners), orientando sobre como as mulheres que optam por manter o aleitamento materno, mesmo após a volta ao trabalho.

Independente da opção da mãe, pessoalmente acredito, e isso se confirma no texto da dra., o retorno ao trabalho é um dos momentos mais difíceis na vida da mãe, eu mesma registrei minhas dificuldades neste post.

Amamentação é muito importante para a saúde do bebê e da mãe. Isso todo mundo já sabe de cor! Mas, vencer os desafios inerentes a esse ato, nem sempre é fácil. Passado os desafios iniciais do primeiro mês de vida do bebê, o outro momento mais crítico e que coloca em risco todo o esforço e luta depositados na amamentação é o retorno da mulher no trabalho. Esse é um período em que normalmente há introdução de outros leites ou até ocorre o desmame (interrupção total da amamentação). Por isso, o tema deste ano da Semana Mundial de Aleitamento Materno (entre 1 e 8 de agosto) será “Amamentação e Trabalho: para dar certo, o compromisso é de todos”.

Luciana Herrero, explica que ainda existe um descompasso entre as necessidades para saúde do bebê e os direitos que protegem as mães trabalhadoras. “Não podemos negar que nas últimas décadas houveram avanços. Contudo, ainda estamos muito distantes do necessário. Para uma mulher trabalhadora conseguir oferecer exclusivamente seu leite ao bebê até os seis meses de idade é necessário muito mais que boa vontade e empenho. É preciso um trabalho de equipe, com o apoio familiar e dos colegas de trabalho, principalmente dos superiores”, explica a especialista.

Para ajudar as mamães nesse processo, Dra. Lu, como costuma ser chamada por seus pacientes, listou algumas ações simples para combinar sucesso amamentação e trabalho:

Na gestação:
- Acreditar desde a gestação que é possível amamentar: otimismo, perseverança e fé fazem milagres acontecerem. E tem ajudado a muitas mulheres a superar os obstáculos iniciais.

- Criar rede de apoio: pedir colaboração da família e de amigos próximos é muito importante. Eles poderão não só dar estímulo, mas também na ajudar na prática, como levar o bebê para mamar no trabalho da mãe (quando possível).

- Procurar um pediatra que apoie a causa e sigam o protocolo da Sociedade Brasileira de Pediatria, ou seja, não prescrever a mamadeira e leites complementares logo que a mulher volta a trabalhar, por exemplo.

- Criar rede de apoio no trabalho: buscar sensibilizar colegas, chefe e até o setor de recursos humanos. Quem sabe a empresa não se sensibiliza e implanta uma sala de apoio à amamentação. Não é difícil, nem requer muitos recursos. E o Ministério da Saúde oferece consultoria gratuita sobre o assunto. Esta mais do que comprovado que quando a mulher trabalhadora amamenta os benefícios também são para a empresa, pois aumenta a produtividade e diminui as faltas, já que os filhos são mais saudáveis.

Na licença maternidade:
- Amamentar em livre demanda, ou seja, dar de mamar sem ter horários rígidos, quantas vezes o bebê quiser e por quanto tempo desejar.

- Fazer estoque de leite no congelador: retirar o leite materno e acondicionar em frascos esterilizados e congelá-los para que seja oferecido ao bebê quando a mãe estiver trabalhando. O leite congelado em casa, sem pausterizar, dura no freezer 15 dias. Mas, se pausterizado no banco de leite pode durar seis meses. Procurar um banco de leite para receber as informações de como ordenhar e conservar é muito importante.

- Não dar ouvidos aos maus conselhos: não são poucas as pessoas que dizem que o bebê precisa ir se acostumando com a mamadeira e os outros leites, para quando a mãe for trabalhar. Mas, essa informação além de incorreta é prejudicial, pois favorece ao desmame. Os bebês não precisam se acostumar com o leite ou com o bico antecipadamente. Se for necessário a alimentação complementar ele a receberá na hora necessária. Se essa orientação vier de um pediatra, procure uma segunda opinião junto ao profissional que abrace de verdade a causa da amamentação. Peça indicação aos amigos, doulas ou banco de leite.

Após o retorno ao trabalho:
- Ordenhar a mama no trabalho: a cada três horas é importante que a mãe manipule as mamas, retirando o leite que ali se encontra. Se houver onde e como armazenar, ótimo! Caso contrário, ordenhe nem que seja para desprezar o conteúdo. Isso é importante para que a produção do leite não seja diminuída.

- Armazenar o leite para seu bebê: várias empresas possuem um espaço privativo (que não o banheiro) para realizar a ordenha e uma geladeira para armazenar o leite. É a chamada sala de apoio à amamentação. Esse espaço possibilita que a mãe colha hoje o leite que seu bebê tomará amanhã, enquanto estiver trabalhando.

- Fugir das mamadeiras: os bicos são inimigos número um da amamentação pois causam confusão nos bebês e favorecem o desmame. O ideal é que o leite (ordenhado da mãe ou as fórmulas lácteas) sejam dadas para o bebê no copinho ou na colherzinha.

- Quando estiver em casa, amamentar em livre demanda: é muito importante que a mãe ofereça seu seio em livre demanda quando estiver em casa, durante o dia e à noite.  Pode ser apenas de manhã (antes de sair ou ao voltar), mas manter as mamadas frequentes enquanto você estiver junto com o bebê é muito importante, especialmente nos primeiros seis meses de vida.   As mamadas noturnas podem ser cansativas, mas são fundamentais para manter uma boa produção de leite materno, pois é a hora de maior liberação da prolactina, hormônio que controla a produção do leite humano.

- Conversar com o pediatra para tentar antecipar a alimentação complementar: em alguns casos particulares, quando o bebê tem mais de quatro meses, e a mãe (apesar de todo esforço) não está conseguindo a quantidade de leite materno necessária para oferecer ao bebê em sua ausência pode-se antecipar a alimentação complementar. Não é o ideal, mas é uma alternativa possível para reduzir danos à saúde do bebê. Pois, procurar resguardar a amamentação é muito importante.

Adicionalmente, Dra. Lu sugere que as mães e família procurem soluções criativas para estar com o bebê o máximo possível. Pode ser dar uma fugidinha para amamentar no intervalo do almoço, pedir para alguém levar o bebê ao local de trabalho, flexibilizar o horário, remanejar o caminho para passar perto de casa por alguns minutos. Mesmo que a amamentação não seja exclusiva, é sempre preferível a amamentação complementada com outros leites ou com alimentos (4-6 meses) ao desmame total. E finaliza: “o que nos dá esperança é saber que felizmente muitas brasileiras tem conseguido conciliar com sucesso trabalho e amamentação. Mas, para isso seja cada vez mais frequente informação adequada desde a gestação e apoio familiar e profissional são peças fundamentais”.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Semana Mundial do Aleitamento Materno - SMAM 2015

A Semana Mundial do Aleitamento Materno existe para conscientizar as mamães da importância do aleitamento materno. Infelizmente, poucas mulheres ainda amamentam seus filhos exclusivamente até os 6 meses como recomenda a OMS (Organização Mundial da Saúde). Tantas outras interrompem por inúmeros motivos.

Esse assunto já foi discutido aqui no blog, porque quando eu engravidei, jamais imaginei que seria como uma "ativista" da amamentação, fiz um relato pessoal sobre minhas experiências e impressões.
Depois fui convidada para um bate papo com a Dra. Luciana Herrero, pediatra e especialista no assunto, e transcrevi aqui nossa conversa e um vídeo bem legal sobre a ordenha manual.

Me digo "ativista" pois amamento Arthur até hoje, aos 2 anos e meio. Ele é muito bem desenvolvido, saudável e come bem. Até porque, amamentação vai além da nutrição. E a atividade física em nada atrapalha esse momento, como também já escrevi aqui.

Em agosto, mês da Semana Mundial do Aleitamento Materno (de 1 a 8 de agosto), esses temas ficam ainda mais em evidência.

Para ajudar a mulher e família a conquistar a confiança necessária para o sucesso na amamentação, o Dr. Achilles Cruz, especialista em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, esclarece algumas dúvidas mais frequentes:


1-      Amamentar dói.

Nem mito, nem fato. Vai depender de uma série de fatores como sensibilidade da mãe, se o bebê suga o peito da forma correta, estado emocional da mulher, entre outros. Normalmente, a mulher não sente nenhuma dor. É importante observar se o bebê abocanha a aréola e não somente o mamilo (bico). É nessa região que ficam os bolsões de leite. Dessa forma, evita-se as rachaduras que provocam dor durante as mamadas.

2-      Seio pequeno não produz leite.


Mito. O tamanho do seio não tem influência nenhuma no sucesso da amamentação!  O que faz a diferença no tamanho dos seios não é a quantidade de glândulas, mas a quantidade de gordura de cada mama. As células produtoras (glândulas mamárias) e os ductos de leite são os mesmos em todas as mulheres, até mesmo naquelas que fizeram cirurgia plástica para colocar prótese de silicone. Só no caso de cirurgias redutoras é que este número pode ser reduzido. É mito associar tamanho de seio com fartura de leite.  O processo de produção do leite começa durante a gravidez quando o tecido glandular já começa a ser preparado. Por isso, os seios vão ficando maiores principalmente no final da gestação. Após o parto, a resposta hormonal estimula as glândulas mamárias a produzir o leite e a conduzi-lo por meio dos seios até o bico para que o bebê possa mamar. A produção aumenta gradativamente. Assim, a quantidade de leite que seu filho vai receber depende das suas próprias necessidades, e de quanto a mama seja estimulada adequadamente. Quanto mais ele sugar, mais leite será produzido.

3-      Amamentar é um ótimo anticoncepcional.
Mito. Algumas mulheres podem voltar a ovular mesmo no período da amamentação quando o ciclo menstrual está bloqueado devido à supressão dos hormônios. E para que funcione é necessário que a amamentação seja exclusiva com as mamadas muito frequentes, com curtos intervalos entre uma e outra. Como esta rotina não é para todas, o ideal é que ela já comece a adotar algum tipo de método contraceptivo a partir da sexta semana após o parto. Logo no primeiro retorno ao ginecologista, o ideal é que a mãe converse sobre o método mais adequado para evitar uma nova gravidez em pouco tempo. Ele irá orientá-la sobre o uso de camisinha, DIU, implantes ou até mesmo as pílulas de progestagênio, que são as mais indicadas para esse período.


4-      A mulher que está amamentando pode tomar qualquer tipo de pílula.
Mito. Existe uma pílula anticoncepcional desenvolvida especialmente para as mamães que estão amamentando. São compostas de progestagênio, hormônio que inibe a ovulação. Conhecidas como minipílulas, elas podem ser tomadas a partir da sexta semana depois do parto. Como são livres de estrogênio, não inibem a produção de leite materno nem tampouco interferem na sua qualidade e volume. Outro benefício é que seu princípio ativo não passa para o leite, não alterando seu gosto ou qualidade. E, então, a mulher terá segurança dupla. Primeiro quanto ao seu filho e depois com uma nova gestação durante essa fase. Segundo o médico, as mulheres que estão amamentando não podem usar as pílulas comuns, chamadas hormonais combinadas, porque podem diminuir a quantidade do leite além de transferir o hormônio feminino para ele e, consequentemente, para a criança.

5-      Engravidar enquanto está amamentando é benéfico.

Mito. Não existe um intervalo estabelecido entre uma gravidez e outra, porém, é aconselhável que a mulher não engravide enquanto estiver amamentando, porque a sobrecarga da amamentação somada a uma nova gestação pode comprometer a saúde da mãe, caso ela não tenha uma condição nutricional adequada. 


6-      A alimentação da mãe influencia o leite.
Fato. Tudo o que a mãe come acaba passando para o leite materno. Por isso, é importante que a mulher faça uma dieta saudável e beba bastante líquido nesse período. O consumo de bebidas alcoólicas ou cigarros é contraindicado. Medicamentos, por exemplo, só devem ser tomados com orientação médica.

7-      O leite materno pode ser fraco.
Mito. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, muitas mulheres têm essa percepção porque comparam seu leite ao da vaca que é mais denso e consistente, tem moléculas maiores e sua digestão é bem mais lenta. O leite materno tem 97% de água e, por isso, é facilmente digerido e logo o bebê sente fome novamente. Além disso, o leite humano é composto por células vivas que transferem para o bebê a imunidade materna aos agentes infecciosos. Os glóbulos brancos presentes nele levam os anticorpos da mãe para o filho. O que poucas mulheres sabem é que quando o bebê começa a sugar, o leite materno tem maior concentração de água mesmo, é normal, é chamado de “anterior”. Nessa fase, ele contém ainda vitaminas, minerais e anticorpos. Após um tempinho de mamada, começa a descer o leite que chamamos de “posterior”, que é mais rico em gordura, que fornece mais energia e permite que o bebê fique satisfeito e ganhe peso. Por isso, a recomendação é que a mãe ofereça um seio por mamada, ou seja, que a mamada não seja interrompida até que o bebê consiga ingerir bastante quantidade do leite posterior, que tem mais gordura. Somente depois de esvaziar uma mama, se necessário, o outro seio deve ser oferecido, o que normalmente com bebês maiores, que já mamam muito. Desse jeito você garante que o bebê retire do peito o leite anterior, rico em água, e o posterior, rico em gordura.

8-      Na volta ao trabalho, o leite seca.
Nem mito, nem fato. Caso a mulher consiga fazer a ordenha no trabalho e guardar na geladeira, ou ainda sair para amamentar o bebê durante o expediente, a produção de leite vai se manter inalterada. Muitas empresas possuem um espaço privativo para realizar a ordenha e uma geladeira para armazenar o leite. E, quando estiver com o filho em casa, antes ou depois do trabalho, deve oferecer o leite em livre demanda, ou seja, por quanto tempo o bebê quiser. As mamadas noturnas podem ser cansativas, mas são fundamentais para manter uma boa produção de leite materno, pois é a hora de maior liberação da prolactina, hormônio que controla a produção do leite humano.



9-      Prótese de silicone atrapalha a amamentação.

Mito. Com as técnicas atuais de colocação de próteses mamárias, geralmente não, mas dependendo da técnica pode atrapalhar a amamentação por interferir na quantidade e na saída/retirada do leite, mas não na qualidade dele.

10-   Estresse e nervosismo atrapalham a produção de leite.
Fato. Quando a mulher está muito cansada ou ansiosa, a produção do hormônio ocitocina, que é o responsável pela vasão do leite, é reduzida. O que pode prejudicar a descida do leite, e em casos graves até secar o leite!

  

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Aleitamento Materno: como conciliar a volta ao trabalho e a amamentação

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Independente da opção da mãe, pessoalmente acredito, e isso se confirma no texto da dra., o retorno ao trabalho é um dos momentos mais difíceis na vida da mãe, eu mesma registrei minhas dificuldades neste post.

Amamentação é muito importante para a saúde do bebê e da mãe. Isso todo mundo já sabe de cor! Mas, vencer os desafios inerentes a esse ato, nem sempre é fácil. Passado os desafios iniciais do primeiro mês de vida do bebê, o outro momento mais crítico e que coloca em risco todo o esforço e luta depositados na amamentação é o retorno da mulher no trabalho. Esse é um período em que normalmente há introdução de outros leites ou até ocorre o desmame (interrupção total da amamentação). Por isso, o tema deste ano da Semana Mundial de Aleitamento Materno (entre 1 e 8 de agosto) será “Amamentação e Trabalho: para dar certo, o compromisso é de todos”.

Luciana Herrero, explica que ainda existe um descompasso entre as necessidades para saúde do bebê e os direitos que protegem as mães trabalhadoras. “Não podemos negar que nas últimas décadas houveram avanços. Contudo, ainda estamos muito distantes do necessário. Para uma mulher trabalhadora conseguir oferecer exclusivamente seu leite ao bebê até os seis meses de idade é necessário muito mais que boa vontade e empenho. É preciso um trabalho de equipe, com o apoio familiar e dos colegas de trabalho, principalmente dos superiores”, explica a especialista.

Para ajudar as mamães nesse processo, Dra. Lu, como costuma ser chamada por seus pacientes, listou algumas ações simples para combinar sucesso amamentação e trabalho:

Na gestação:
- Acreditar desde a gestação que é possível amamentar: otimismo, perseverança e fé fazem milagres acontecerem. E tem ajudado a muitas mulheres a superar os obstáculos iniciais.

- Criar rede de apoio: pedir colaboração da família e de amigos próximos é muito importante. Eles poderão não só dar estímulo, mas também na ajudar na prática, como levar o bebê para mamar no trabalho da mãe (quando possível).

- Procurar um pediatra que apoie a causa e sigam o protocolo da Sociedade Brasileira de Pediatria, ou seja, não prescrever a mamadeira e leites complementares logo que a mulher volta a trabalhar, por exemplo.

- Criar rede de apoio no trabalho: buscar sensibilizar colegas, chefe e até o setor de recursos humanos. Quem sabe a empresa não se sensibiliza e implanta uma sala de apoio à amamentação. Não é difícil, nem requer muitos recursos. E o Ministério da Saúde oferece consultoria gratuita sobre o assunto. Esta mais do que comprovado que quando a mulher trabalhadora amamenta os benefícios também são para a empresa, pois aumenta a produtividade e diminui as faltas, já que os filhos são mais saudáveis.

Na licença maternidade:
- Amamentar em livre demanda, ou seja, dar de mamar sem ter horários rígidos, quantas vezes o bebê quiser e por quanto tempo desejar.

- Fazer estoque de leite no congelador: retirar o leite materno e acondicionar em frascos esterilizados e congelá-los para que seja oferecido ao bebê quando a mãe estiver trabalhando. O leite congelado em casa, sem pausterizar, dura no freezer 15 dias. Mas, se pausterizado no banco de leite pode durar seis meses. Procurar um banco de leite para receber as informações de como ordenhar e conservar é muito importante.

- Não dar ouvidos aos maus conselhos: não são poucas as pessoas que dizem que o bebê precisa ir se acostumando com a mamadeira e os outros leites, para quando a mãe for trabalhar. Mas, essa informação além de incorreta é prejudicial, pois favorece ao desmame. Os bebês não precisam se acostumar com o leite ou com o bico antecipadamente. Se for necessário a alimentação complementar ele a receberá na hora necessária. Se essa orientação vier de um pediatra, procure uma segunda opinião junto ao profissional que abrace de verdade a causa da amamentação. Peça indicação aos amigos, doulas ou banco de leite.

Após o retorno ao trabalho:
- Ordenhar a mama no trabalho: a cada três horas é importante que a mãe manipule as mamas, retirando o leite que ali se encontra. Se houver onde e como armazenar, ótimo! Caso contrário, ordenhe nem que seja para desprezar o conteúdo. Isso é importante para que a produção do leite não seja diminuída.

- Armazenar o leite para seu bebê: várias empresas possuem um espaço privativo (que não o banheiro) para realizar a ordenha e uma geladeira para armazenar o leite. É a chamada sala de apoio à amamentação. Esse espaço possibilita que a mãe colha hoje o leite que seu bebê tomará amanhã, enquanto estiver trabalhando.

- Fugir das mamadeiras: os bicos são inimigos número um da amamentação pois causam confusão nos bebês e favorecem o desmame. O ideal é que o leite (ordenhado da mãe ou as fórmulas lácteas) sejam dadas para o bebê no copinho ou na colherzinha.

- Quando estiver em casa, amamentar em livre demanda: é muito importante que a mãe ofereça seu seio em livre demanda quando estiver em casa, durante o dia e à noite.  Pode ser apenas de manhã (antes de sair ou ao voltar), mas manter as mamadas frequentes enquanto você estiver junto com o bebê é muito importante, especialmente nos primeiros seis meses de vida.   As mamadas noturnas podem ser cansativas, mas são fundamentais para manter uma boa produção de leite materno, pois é a hora de maior liberação da prolactina, hormônio que controla a produção do leite humano.

- Conversar com o pediatra para tentar antecipar a alimentação complementar: em alguns casos particulares, quando o bebê tem mais de quatro meses, e a mãe (apesar de todo esforço) não está conseguindo a quantidade de leite materno necessária para oferecer ao bebê em sua ausência pode-se antecipar a alimentação complementar. Não é o ideal, mas é uma alternativa possível para reduzir danos à saúde do bebê. Pois, procurar resguardar a amamentação é muito importante.

Adicionalmente, Dra. Lu sugere que as mães e família procurem soluções criativas para estar com o bebê o máximo possível. Pode ser dar uma fugidinha para amamentar no intervalo do almoço, pedir para alguém levar o bebê ao local de trabalho, flexibilizar o horário, remanejar o caminho para passar perto de casa por alguns minutos. Mesmo que a amamentação não seja exclusiva, é sempre preferível a amamentação complementada com outros leites ou com alimentos (4-6 meses) ao desmame total. E finaliza: “o que nos dá esperança é saber que felizmente muitas brasileiras tem conseguido conciliar com sucesso trabalho e amamentação. Mas, para isso seja cada vez mais frequente informação adequada desde a gestação e apoio familiar e profissional são peças fundamentais”.

Semana Mundial do Aleitamento Materno - SMAM 2015

A Semana Mundial do Aleitamento Materno existe para conscientizar as mamães da importância do aleitamento materno. Infelizmente, poucas mulheres ainda amamentam seus filhos exclusivamente até os 6 meses como recomenda a OMS (Organização Mundial da Saúde). Tantas outras interrompem por inúmeros motivos.

Esse assunto já foi discutido aqui no blog, porque quando eu engravidei, jamais imaginei que seria como uma "ativista" da amamentação, fiz um relato pessoal sobre minhas experiências e impressões.
Depois fui convidada para um bate papo com a Dra. Luciana Herrero, pediatra e especialista no assunto, e transcrevi aqui nossa conversa e um vídeo bem legal sobre a ordenha manual.

Me digo "ativista" pois amamento Arthur até hoje, aos 2 anos e meio. Ele é muito bem desenvolvido, saudável e come bem. Até porque, amamentação vai além da nutrição. E a atividade física em nada atrapalha esse momento, como também já escrevi aqui.

Em agosto, mês da Semana Mundial do Aleitamento Materno (de 1 a 8 de agosto), esses temas ficam ainda mais em evidência.

Para ajudar a mulher e família a conquistar a confiança necessária para o sucesso na amamentação, o Dr. Achilles Cruz, especialista em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, esclarece algumas dúvidas mais frequentes:


1-      Amamentar dói.

Nem mito, nem fato. Vai depender de uma série de fatores como sensibilidade da mãe, se o bebê suga o peito da forma correta, estado emocional da mulher, entre outros. Normalmente, a mulher não sente nenhuma dor. É importante observar se o bebê abocanha a aréola e não somente o mamilo (bico). É nessa região que ficam os bolsões de leite. Dessa forma, evita-se as rachaduras que provocam dor durante as mamadas.

2-      Seio pequeno não produz leite.


Mito. O tamanho do seio não tem influência nenhuma no sucesso da amamentação!  O que faz a diferença no tamanho dos seios não é a quantidade de glândulas, mas a quantidade de gordura de cada mama. As células produtoras (glândulas mamárias) e os ductos de leite são os mesmos em todas as mulheres, até mesmo naquelas que fizeram cirurgia plástica para colocar prótese de silicone. Só no caso de cirurgias redutoras é que este número pode ser reduzido. É mito associar tamanho de seio com fartura de leite.  O processo de produção do leite começa durante a gravidez quando o tecido glandular já começa a ser preparado. Por isso, os seios vão ficando maiores principalmente no final da gestação. Após o parto, a resposta hormonal estimula as glândulas mamárias a produzir o leite e a conduzi-lo por meio dos seios até o bico para que o bebê possa mamar. A produção aumenta gradativamente. Assim, a quantidade de leite que seu filho vai receber depende das suas próprias necessidades, e de quanto a mama seja estimulada adequadamente. Quanto mais ele sugar, mais leite será produzido.

3-      Amamentar é um ótimo anticoncepcional.
Mito. Algumas mulheres podem voltar a ovular mesmo no período da amamentação quando o ciclo menstrual está bloqueado devido à supressão dos hormônios. E para que funcione é necessário que a amamentação seja exclusiva com as mamadas muito frequentes, com curtos intervalos entre uma e outra. Como esta rotina não é para todas, o ideal é que ela já comece a adotar algum tipo de método contraceptivo a partir da sexta semana após o parto. Logo no primeiro retorno ao ginecologista, o ideal é que a mãe converse sobre o método mais adequado para evitar uma nova gravidez em pouco tempo. Ele irá orientá-la sobre o uso de camisinha, DIU, implantes ou até mesmo as pílulas de progestagênio, que são as mais indicadas para esse período.


4-      A mulher que está amamentando pode tomar qualquer tipo de pílula.
Mito. Existe uma pílula anticoncepcional desenvolvida especialmente para as mamães que estão amamentando. São compostas de progestagênio, hormônio que inibe a ovulação. Conhecidas como minipílulas, elas podem ser tomadas a partir da sexta semana depois do parto. Como são livres de estrogênio, não inibem a produção de leite materno nem tampouco interferem na sua qualidade e volume. Outro benefício é que seu princípio ativo não passa para o leite, não alterando seu gosto ou qualidade. E, então, a mulher terá segurança dupla. Primeiro quanto ao seu filho e depois com uma nova gestação durante essa fase. Segundo o médico, as mulheres que estão amamentando não podem usar as pílulas comuns, chamadas hormonais combinadas, porque podem diminuir a quantidade do leite além de transferir o hormônio feminino para ele e, consequentemente, para a criança.

5-      Engravidar enquanto está amamentando é benéfico.

Mito. Não existe um intervalo estabelecido entre uma gravidez e outra, porém, é aconselhável que a mulher não engravide enquanto estiver amamentando, porque a sobrecarga da amamentação somada a uma nova gestação pode comprometer a saúde da mãe, caso ela não tenha uma condição nutricional adequada. 


6-      A alimentação da mãe influencia o leite.
Fato. Tudo o que a mãe come acaba passando para o leite materno. Por isso, é importante que a mulher faça uma dieta saudável e beba bastante líquido nesse período. O consumo de bebidas alcoólicas ou cigarros é contraindicado. Medicamentos, por exemplo, só devem ser tomados com orientação médica.

7-      O leite materno pode ser fraco.
Mito. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, muitas mulheres têm essa percepção porque comparam seu leite ao da vaca que é mais denso e consistente, tem moléculas maiores e sua digestão é bem mais lenta. O leite materno tem 97% de água e, por isso, é facilmente digerido e logo o bebê sente fome novamente. Além disso, o leite humano é composto por células vivas que transferem para o bebê a imunidade materna aos agentes infecciosos. Os glóbulos brancos presentes nele levam os anticorpos da mãe para o filho. O que poucas mulheres sabem é que quando o bebê começa a sugar, o leite materno tem maior concentração de água mesmo, é normal, é chamado de “anterior”. Nessa fase, ele contém ainda vitaminas, minerais e anticorpos. Após um tempinho de mamada, começa a descer o leite que chamamos de “posterior”, que é mais rico em gordura, que fornece mais energia e permite que o bebê fique satisfeito e ganhe peso. Por isso, a recomendação é que a mãe ofereça um seio por mamada, ou seja, que a mamada não seja interrompida até que o bebê consiga ingerir bastante quantidade do leite posterior, que tem mais gordura. Somente depois de esvaziar uma mama, se necessário, o outro seio deve ser oferecido, o que normalmente com bebês maiores, que já mamam muito. Desse jeito você garante que o bebê retire do peito o leite anterior, rico em água, e o posterior, rico em gordura.

8-      Na volta ao trabalho, o leite seca.
Nem mito, nem fato. Caso a mulher consiga fazer a ordenha no trabalho e guardar na geladeira, ou ainda sair para amamentar o bebê durante o expediente, a produção de leite vai se manter inalterada. Muitas empresas possuem um espaço privativo para realizar a ordenha e uma geladeira para armazenar o leite. E, quando estiver com o filho em casa, antes ou depois do trabalho, deve oferecer o leite em livre demanda, ou seja, por quanto tempo o bebê quiser. As mamadas noturnas podem ser cansativas, mas são fundamentais para manter uma boa produção de leite materno, pois é a hora de maior liberação da prolactina, hormônio que controla a produção do leite humano.



9-      Prótese de silicone atrapalha a amamentação.

Mito. Com as técnicas atuais de colocação de próteses mamárias, geralmente não, mas dependendo da técnica pode atrapalhar a amamentação por interferir na quantidade e na saída/retirada do leite, mas não na qualidade dele.

10-   Estresse e nervosismo atrapalham a produção de leite.
Fato. Quando a mulher está muito cansada ou ansiosa, a produção do hormônio ocitocina, que é o responsável pela vasão do leite, é reduzida. O que pode prejudicar a descida do leite, e em casos graves até secar o leite!

  

 
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