Desligar tudo e curtir a família e os amigos ao ar livre |
A tecnologia veio com a proposta milagrosa de economizar energia, tempo e dinheiro, mas como todos já pudemos perceber, de fato tempo é o que não sobra para nada.
Me pergunto tantas vezes como nossas mães e avós conseguiam ter tantos filhos e dar conta da casa, aquela velha insegurança e culpa da mulher moderna. De fato, muitas antigamente poderiam deixar de trabalhar fora, para dedicarem-se apenas à criação dos filhos e cuidados com a casa.
Além da mulher moderna ter ganhado com louvor o mercado de trabalho e acumulado suas funções profissionais, maternas e cuidadora do lar, a loucura do trânsito, as horas a mais em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, e essa comunicação instantânea fazem com que nosso relógio pareça diferente dos das nossas antepassadas.
Já dizia a música de Chico, Cotidiano "todo dia ela faz tudo sempre igual", em um dia a dia um pouco mais cadenciado, a mulher precisa fazer tanta coisa e ainda se lembrar de ser mulher. Agora, além das funções que citei acima essa necessidade de estar logada com o mundo também tem custas graves à família e a sua própria saúde.
Também diz o popular: Quem não é visto não é lembrado, temos hoje a necessidade de estarmos presentes, mesmo que à distância. Computadores potentes, tablets cheios de aplicativos e smartphones nos deixam quase onipresentes. E ao estarmos longe das telas luminosas, com suas retinas e leds, chega a dar um "faniquito" de estarmos perdendo algo. Quantas vezes já li nas redes sociais: "Celular ficou 3 dias no conserto, sobrevivi." Tem gente que parece que vive para poder postar, se não puder postar parece que não valeu.
Venho hoje trazer uma reflexão sobre isso, para mim também é difícil estar desconectada, afinal tenho esse blog desde 2010 e confesso ser fã de redes sociais, mas a vida ao vivo é a melhor parte. Estar com os amigos, aqueles verdadeiros, trocar virtual pelo real, a boa e velha cerveja para uns, um bom café com bolo para outros, uma corrida matinal. Entre amigos, sugerimos que quando estamos juntos, o primeiro que pegar o celular paga a conta. A princípio dá aquela coceira na mão, afinal, queremos mostrar que estamos com quem gostamos, mas se gostamos mesmo, que tal estar ali, 100%, de corpo e alma.
Quanto aos filhos também, muito comum ao invés de gastarmos tempo com brincadeiras estamos com dedos frenéticos digitando e tocando, curtindo e comentando. Gastar tempo com o filho é o melhor investimento. Quando estamos nos eletrônicos, nossos filhos copiam nossas atitudes e entendem que aquilo é o ideal. Dali a pouco já não terão mais paciência para nós e preferirão aqueles coloridos e divertidos dispositivos. E nós, pais conscientes, faremos aquele discurso: Desligue esse computador e vá ler um livro, ou vá estudar, ou venha sentar a mesa e jantar. Mostramos isso a eles em tempo oportuno? Desligamos tudo e lemos com nossos pequenos? Largamos o computador e brincamos, sentados no chão com eles?? Enfim, sugiro um treino: 30 minutos do dia para desligar o eletrônico e brincar com a criança. Não tem criança? Desligue para estar com seu parceiro ou familiar. Olho no olho, voltar a conversar, saber como foi o dia, trocar o calor do abraço. Tá, um som ambiente talvez não faça mal.
Escrevo periodicamente uma coluna sobre atividade física para crianças no blog ParaCriança onde há sugestões de brincadeiras para diversas idades e em diversos locais.
Fica a dica e o apelo pela família!!!