Hoje Arthur completa 2 anos e 1 mês. Hoje também estamos no 8° dia de início das aulas.
Decidimos matricular Arthur na escola pois víamos nele uma necessidade de interação com outras crianças. Apesar de estarmos muito presentes no seu cotidiano, brincando no chão, interagindo, praticando atividades físicas e lúdicas, percebemos que o convívio social estava comprometido, uma vez que sua relação com crianças de sua idade, ou outras idades, ficava limitado a nossas saídas.
Por volta dos 2 anos, a criança passa a interagir efetivamente com outras crianças e a escola, em tempos modernos, passa a ser uma boa opção. E isso tudo depende de cada família, de seus valores, crenças, condições sociais e financeiras.
Me planejei emocionalmente para esse processo por cerca de 6 meses, enquanto isso procuramos a escola. Não existe escola perfeita para nossos pequenos. Cada mãe tem um olhar de exclusividade e sabe que não há lugar melhor que sob suas asas, por isso a escola deve ser muito parecida com os valores pregados em casa, pois acaba sendo uma extensão da família.
Uma decisão muito acertada foi escolher uma escola bem próxima ao meu trabalho, pois ele vai e volta comigo, e ficamos a tarde juntos. Como sou professora e entro cedo, cada minuto é valioso. Essa semana resolvi chegar alguns minutos antes, pois também gosto de estar preparada para receber meu alunos com um pouco de antecedência, a escola ainda estava abrindo. Se fosse próximo a minha casa, por exemplo, teria problemas como horário. Muita sorte que essa escola ficou em nosso Top 3!!!
Arthur participou busca pela escola, teve oportunidade de interagir e conhecer os locais. Sentimos que ele ficou a vontade naquele lugar, além de eu ter várias referências positivas de pais que tem seus filhos lá, além de funcionários conhecidos. Foi conosco à reunião antes do início das aulas, conheceu os coleguinhas e as professoras.
Todo esse processo já faz parte da adaptação da família, sim, porque a criança não está sozinha nessa. Visitar, colher informações, participar de atividades extracurriculares como apresentações, quando possível, para perceber um pouco de como é o funcionamento da escola, se faz muito importante para que, após escolhida, não restem tantas dúvidas quanto a decisão ser correta ou não.
Digo isso porque é raro a criança que não chora!
O procedimento de adaptação, que varia de escola para escola, é que a criança seja deixada lá, um breve tchau e com pouca emoção (difícil ser nula!), depois podemos ligar para saber como a criança está, ou caso necessário, a escola liga. O deixei por 2:30h no primeiro dia. No primeiro dia não chorou. Mas logo imaginei que quando percebesse que aquilo seria uma rotina para ele, que estaria longe da gente, com estranhos, iria reclamar.
Dos 8 dias, tem reclamado 7. Digo reclamado porque resmunga para não ir, hora quando põe o uniforme, hora a caminho, outras vezes somente na porta. Teve um dia que mesmo chorando e dizendo que não queria, estendeu os braços e foi no colo da diretora, que recepciona as crianças.
Nos primeiros 4 dias liguei, ele estava bem e logo havia parado de chorar. Todos os dias voltou tranquilo, em paz e falante. Já percebo uma diferença em seu comportamento. Já havíamos superado (espero que em definitivo), aquela terrível crise de birras e choros que durou uns 20 dias. Agora meu menino está em outro extremo: De um carinho maravilhoso, onde muitas vezes no dia pede beijos e braços, diz que ama, quer ficar perto, assistindo seus programas em nosso colo, lendo seus livros em nosso colo, brincando no chão. Mais interessado por escrever. Uma delícia. Mesmo hoje após ter levado uma unhada!
Estamos em adaptação ainda e pena que logo chega o carnaval, uma semana sem aula... creio que na semana seguinte mais alguns dias de choro.
Nós pais, durante esse período temos que ser fortes e não chorar! Especialmente em frente a criança: "Ora, que lugar é esse que minha mãe me deixa chorando? Coisa boa não deve ser", mesmo que seja um choro de emoção, a criança não sabe filtrar, choro é choro! Deixe-a tranquila e em paz. Chore depois. No primeiro dia, deixei Arthur e fui a academia, ainda estava em férias. Os olhos encheram de lágrimas, meu pequeno deixando de ser um bebê, saindo de minha vista e conquistando seu espaço na sociedade... passou um filme na cabeça, estava emocionada!
Antes de deixar a criança na escola, evitar falar muito sobre o assunto, tipo "Vamos pra escola hoje!", "Onde estamos indo?" , frases e atitudes como essa podem deixar a criança ansiosa e atrapalhar o processo. Agir naturalmente, claro que nunca mentir dizendo que vai a outro lugar. Simplesmente manter a rotina, fazendo com que o ir a escola seja entendido como parte dessa nova e natural rotina.
Ao receber a criança, mesmo que ela ainda não fale, pergunte como ela se SENTIU na escola. A criança é o foco! Ela é o elemento principal de todo esse processo e seu sentimento é o que mais importa. O que ela fez ou deixou de fazer é secundário. Criança feliz e tranquila produz mais.
Estamos muito felizes com nossa decisão e por enquanto pensamos que é a melhor opção para ele. Além disso, ainda temos a tarde toda juntos, como sempre foi...