Mostrando postagens com marcador Anticoncepcional durante a amamentação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Anticoncepcional durante a amamentação. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Semana Mundial do Aleitamento Materno - SMAM 2015

A Semana Mundial do Aleitamento Materno existe para conscientizar as mamães da importância do aleitamento materno. Infelizmente, poucas mulheres ainda amamentam seus filhos exclusivamente até os 6 meses como recomenda a OMS (Organização Mundial da Saúde). Tantas outras interrompem por inúmeros motivos.

Esse assunto já foi discutido aqui no blog, porque quando eu engravidei, jamais imaginei que seria como uma "ativista" da amamentação, fiz um relato pessoal sobre minhas experiências e impressões.
Depois fui convidada para um bate papo com a Dra. Luciana Herrero, pediatra e especialista no assunto, e transcrevi aqui nossa conversa e um vídeo bem legal sobre a ordenha manual.

Me digo "ativista" pois amamento Arthur até hoje, aos 2 anos e meio. Ele é muito bem desenvolvido, saudável e come bem. Até porque, amamentação vai além da nutrição. E a atividade física em nada atrapalha esse momento, como também já escrevi aqui.

Em agosto, mês da Semana Mundial do Aleitamento Materno (de 1 a 8 de agosto), esses temas ficam ainda mais em evidência.

Para ajudar a mulher e família a conquistar a confiança necessária para o sucesso na amamentação, o Dr. Achilles Cruz, especialista em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, esclarece algumas dúvidas mais frequentes:


1-      Amamentar dói.

Nem mito, nem fato. Vai depender de uma série de fatores como sensibilidade da mãe, se o bebê suga o peito da forma correta, estado emocional da mulher, entre outros. Normalmente, a mulher não sente nenhuma dor. É importante observar se o bebê abocanha a aréola e não somente o mamilo (bico). É nessa região que ficam os bolsões de leite. Dessa forma, evita-se as rachaduras que provocam dor durante as mamadas.

2-      Seio pequeno não produz leite.


Mito. O tamanho do seio não tem influência nenhuma no sucesso da amamentação!  O que faz a diferença no tamanho dos seios não é a quantidade de glândulas, mas a quantidade de gordura de cada mama. As células produtoras (glândulas mamárias) e os ductos de leite são os mesmos em todas as mulheres, até mesmo naquelas que fizeram cirurgia plástica para colocar prótese de silicone. Só no caso de cirurgias redutoras é que este número pode ser reduzido. É mito associar tamanho de seio com fartura de leite.  O processo de produção do leite começa durante a gravidez quando o tecido glandular já começa a ser preparado. Por isso, os seios vão ficando maiores principalmente no final da gestação. Após o parto, a resposta hormonal estimula as glândulas mamárias a produzir o leite e a conduzi-lo por meio dos seios até o bico para que o bebê possa mamar. A produção aumenta gradativamente. Assim, a quantidade de leite que seu filho vai receber depende das suas próprias necessidades, e de quanto a mama seja estimulada adequadamente. Quanto mais ele sugar, mais leite será produzido.

3-      Amamentar é um ótimo anticoncepcional.
Mito. Algumas mulheres podem voltar a ovular mesmo no período da amamentação quando o ciclo menstrual está bloqueado devido à supressão dos hormônios. E para que funcione é necessário que a amamentação seja exclusiva com as mamadas muito frequentes, com curtos intervalos entre uma e outra. Como esta rotina não é para todas, o ideal é que ela já comece a adotar algum tipo de método contraceptivo a partir da sexta semana após o parto. Logo no primeiro retorno ao ginecologista, o ideal é que a mãe converse sobre o método mais adequado para evitar uma nova gravidez em pouco tempo. Ele irá orientá-la sobre o uso de camisinha, DIU, implantes ou até mesmo as pílulas de progestagênio, que são as mais indicadas para esse período.


4-      A mulher que está amamentando pode tomar qualquer tipo de pílula.
Mito. Existe uma pílula anticoncepcional desenvolvida especialmente para as mamães que estão amamentando. São compostas de progestagênio, hormônio que inibe a ovulação. Conhecidas como minipílulas, elas podem ser tomadas a partir da sexta semana depois do parto. Como são livres de estrogênio, não inibem a produção de leite materno nem tampouco interferem na sua qualidade e volume. Outro benefício é que seu princípio ativo não passa para o leite, não alterando seu gosto ou qualidade. E, então, a mulher terá segurança dupla. Primeiro quanto ao seu filho e depois com uma nova gestação durante essa fase. Segundo o médico, as mulheres que estão amamentando não podem usar as pílulas comuns, chamadas hormonais combinadas, porque podem diminuir a quantidade do leite além de transferir o hormônio feminino para ele e, consequentemente, para a criança.

5-      Engravidar enquanto está amamentando é benéfico.

Mito. Não existe um intervalo estabelecido entre uma gravidez e outra, porém, é aconselhável que a mulher não engravide enquanto estiver amamentando, porque a sobrecarga da amamentação somada a uma nova gestação pode comprometer a saúde da mãe, caso ela não tenha uma condição nutricional adequada. 


6-      A alimentação da mãe influencia o leite.
Fato. Tudo o que a mãe come acaba passando para o leite materno. Por isso, é importante que a mulher faça uma dieta saudável e beba bastante líquido nesse período. O consumo de bebidas alcoólicas ou cigarros é contraindicado. Medicamentos, por exemplo, só devem ser tomados com orientação médica.

7-      O leite materno pode ser fraco.
Mito. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, muitas mulheres têm essa percepção porque comparam seu leite ao da vaca que é mais denso e consistente, tem moléculas maiores e sua digestão é bem mais lenta. O leite materno tem 97% de água e, por isso, é facilmente digerido e logo o bebê sente fome novamente. Além disso, o leite humano é composto por células vivas que transferem para o bebê a imunidade materna aos agentes infecciosos. Os glóbulos brancos presentes nele levam os anticorpos da mãe para o filho. O que poucas mulheres sabem é que quando o bebê começa a sugar, o leite materno tem maior concentração de água mesmo, é normal, é chamado de “anterior”. Nessa fase, ele contém ainda vitaminas, minerais e anticorpos. Após um tempinho de mamada, começa a descer o leite que chamamos de “posterior”, que é mais rico em gordura, que fornece mais energia e permite que o bebê fique satisfeito e ganhe peso. Por isso, a recomendação é que a mãe ofereça um seio por mamada, ou seja, que a mamada não seja interrompida até que o bebê consiga ingerir bastante quantidade do leite posterior, que tem mais gordura. Somente depois de esvaziar uma mama, se necessário, o outro seio deve ser oferecido, o que normalmente com bebês maiores, que já mamam muito. Desse jeito você garante que o bebê retire do peito o leite anterior, rico em água, e o posterior, rico em gordura.

8-      Na volta ao trabalho, o leite seca.
Nem mito, nem fato. Caso a mulher consiga fazer a ordenha no trabalho e guardar na geladeira, ou ainda sair para amamentar o bebê durante o expediente, a produção de leite vai se manter inalterada. Muitas empresas possuem um espaço privativo para realizar a ordenha e uma geladeira para armazenar o leite. E, quando estiver com o filho em casa, antes ou depois do trabalho, deve oferecer o leite em livre demanda, ou seja, por quanto tempo o bebê quiser. As mamadas noturnas podem ser cansativas, mas são fundamentais para manter uma boa produção de leite materno, pois é a hora de maior liberação da prolactina, hormônio que controla a produção do leite humano.



9-      Prótese de silicone atrapalha a amamentação.

Mito. Com as técnicas atuais de colocação de próteses mamárias, geralmente não, mas dependendo da técnica pode atrapalhar a amamentação por interferir na quantidade e na saída/retirada do leite, mas não na qualidade dele.

10-   Estresse e nervosismo atrapalham a produção de leite.
Fato. Quando a mulher está muito cansada ou ansiosa, a produção do hormônio ocitocina, que é o responsável pela vasão do leite, é reduzida. O que pode prejudicar a descida do leite, e em casos graves até secar o leite!

  

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Amamentação, Bico Rachado, Leite Fraco, Peito Empedrado e Método Anticonceptivos Durante a Amamentação

Há poucas semanas fui convidada para participar de um bate papo com a Dra. Luciana Herrero, pediatra, consultora internacional de amamentação pelo IBLCE/USA e autora dos livros "O diário de bordo da família grávida" e "O diário de bordo do parto".

Quando engravidei, escolhi o parto normal e amamentar meu filho o quanto fosse necessário. Jamais imaginaria que de alguma maneira me tornaria uma "ativista" de amamentação. Coloquei entre aspas, pois apesar de defender a amamentação e amamentar Arthur até hoje (ele tem 2 anos e meio - eu jamais fiz uma mamadeira na vida!), respeito as histórias das mulheres que de alguma maneira não amamentaram.

Muito se discute a respeito desse ato, que, apesar de natural, pode não ser tão simples assim.

Existem sim mulheres que enfrentam dificuldades em amamentar e que por alguma razão não produzem leite. Precisam de atenção e cuidados especiais para que sua produção aconteça normalmente. Nesse bate papo com a Dra.Luciana, estiveram presentes cerca de 12 mães, cada uma com sua história diferente, e tantas outras que conheci após me tornar mãe e me interessar pelo assunto.

O que realmente não acredito é que o leite materno é fraco. Uma vez que a mulher tem leite, apenas uma pesquisa científica séria me fará acreditar que aquele leite, produzido de maneira artesanal por nosso organismo, não é o suficiente para atender aquele pequeno que nós mesmas geramos... ah! Nisso não consigo acreditar. Para mim ainda é uma armadilha da indústria alimentícia para alavancar vendas de produtos industrializados. Senão, como as mães índias, ou africanas, ou de qualquer local que não tenha acesso a esses produtos, tem seus filhos e eles crescem, saudáveis também?


De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as pessoas tem a impressão que o leite materno é fraco, pois ao compararmos a consistência do leite de vaca, que é mais denso e consistente, o leite materno é composto de 97% de água, e facilmente digerido. Logo o bebê sente fome mais rápido quando comparado a um leite industrializado que demora mais para ser digerido. O leite humano contém células vivas que transferem ao bebê a imunidade, levando os anticorpos da mãe para o filho. 

O primeiro leite sugado, chamado de leite anterior, contém vitaminas, minerais e anticorpos. Após algum tempo de mamada, o leite passa a vir com mais gordura, permitindo ao bebê a saciedade necessária, ganhando peso. É chamado de leite posterior. Por isso é importante que o bebê mame toda uma mama e depois vá para a outra, garantindo assim que haja uma amamentação mais adequada. E também a alternância da mama: iniciar sempre pela última mama que o bebê sugou. 

Mas não quero mesmo polemizar. Cada mãe que sinta o que é melhor para seu momento e sua família. Quero mesmo compartilhar as informações preciosas que compartilhamos e aprendemos com a Dra. Luciana.

É preciso sim preparo e informações para que a amamentação aconteça de maneira natural e prazerosa. Meu parto foi normal e minha pressão ficou muito baixa. Arthur foi para o berçário, uma vez que eu fiquei em observação e repouso por algumas horas. Mesmo após irmos para o quarto, eu ainda não tinha leite. O primeiro dia, Arthur dormiu muito. No segundo dia, ele chorava, acredito que com fome. Foi somente no segundo dia que ele finalmente pegou o bico e conseguiu mamar. Uma enfermeira me ensinou como ele deveria pegar o bico, abocanhando toda a auréola, mas que nas primeiras vezes eu precisaria literalmente colocar o bico na boca dele.

Eu até usei uma pomada preparatória para o bico, mas de verdade, errei, pois o bico não precisa de emoliência para se preparar para o atrito que passaria a acontecer ali. Portanto, o ideal é apenas sol, se possível. Após o parto, hidratar as rachaduras com o próprio leite, exceto se houver fissuras realmente profundas, poderão ser tratadas com pomada específica. Em pouco tempo o bico se acostuma a demanda.

Quanto ao leite empedrado. É natural que em um primeiro momento haja uma produção acelerada de leite, levando ao "empedramento", isso é, excesso de leite na mama. Isso acontece porque o organismo ainda não sabe o quanto será necessário para suprir a demanda do bebê. A mama fica regurgitada, cheia, como se tivesse endurecida. Os dutos mamários estão muito cheios e a mama fica tal qual uma bexiga bem cheia. Faça esse teste. Não daria para sugar essa bexiga se fosse preciso. É necessário um prévio esvaziamento da mama para que o bebê consiga mamar e dessa forma, também não te machuca. É a ordenha manual , e a Dra. Luciana mostrou em um vídeo super didático como proceder:


Outra questão levantada no encontro, foi quanto ao método anticoncepcional durante amamentação.

Ficamos restritas a diversos tipos de medicamentos, pois interferem diretamente na amamentação. Tudo que ingerimos de alguma maneira vai direto para o bebê, especialmente quando alimentados exclusivamente de leite materno (LM). Inclusive as pílulas anticoncepcionais convencionais, pois contém hormônios que podem interferir na produção de leite. Por essa mesma razão, devemos adotar uma dieta equilibrada, natural e investir em muito líquido, especialmente água.

Nesse período são indicados, por ordem de segurança quanto a transmissão de doenças e gravidez:

1 - Preservativos (camisinha)
2 - DIU (especialmente os sem hormônios)
3 - Pílulas de progestagênio (inibem a ovulação, sem interferir na produção de leite)

Uma nova gravidez durante o período de amamentação deve ser acompanhada por um nutricionista, pois a mamãe enfrentará grande demanda energética.

Peito pequeno e bico "invertido" também são capazes de produzir leite e amamentarem de maneira igual a qualquer outra mulher. 

Agora, se há algo que realmente atrapalhe esse momento é o estresse, pois o hormônio ocitocina, que é responsável pela vazão do leite, é reduzido, o que pode diminuir ou até mesmo interromper a produção de leite. Portanto, tente relaxar. Largue tudo, olhe no olho e pense, é um momento único, com cada filho, que uma vez interrompido, não volta mais!

Quanto ao bebê fazer da mãe de chupeta: mamadas e crianças existem desde antes da criação da chupeta. As vezes a criança quer o afago da mãe e recorre ao peito, que é uma ligação extremamente íntima. É ruim? Talvez, porque nos prende. Mas do ponto de vista nutricional e afetivo, não há nada de ruim, pelo contrário, estreita os laços entre mãe e filho. A criança que se sente segura não é dependente.

Em especial para aquelas que decidiram amamentar por mais tempo, como euzinha aqui, o sistema imunológico da criança está em formação. Se resta alguma dúvida que o leite materno possa alimentar uma criança de 2 anos, com certeza fortalece o sistema imunológico, pois através do leite existe aquela troca de glóbulos brancos contendo agentes imunizadores importantíssimos. 

Enfim, não há manual para ser mãe. Se houvesse, não haveriam tantos (rsrsrs). Siga seu instinto materno, em primeiro lugar. Informe-se e aproveite. Essa fase passa voando.

Esse encontro foi promovido pela Libbs Farmacêutica, a quem agradeço a oportunidade e o conteúdo disponibilizado.




Mostrando postagens com marcador Anticoncepcional durante a amamentação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Anticoncepcional durante a amamentação. Mostrar todas as postagens

Semana Mundial do Aleitamento Materno - SMAM 2015

A Semana Mundial do Aleitamento Materno existe para conscientizar as mamães da importância do aleitamento materno. Infelizmente, poucas mulheres ainda amamentam seus filhos exclusivamente até os 6 meses como recomenda a OMS (Organização Mundial da Saúde). Tantas outras interrompem por inúmeros motivos.

Esse assunto já foi discutido aqui no blog, porque quando eu engravidei, jamais imaginei que seria como uma "ativista" da amamentação, fiz um relato pessoal sobre minhas experiências e impressões.
Depois fui convidada para um bate papo com a Dra. Luciana Herrero, pediatra e especialista no assunto, e transcrevi aqui nossa conversa e um vídeo bem legal sobre a ordenha manual.

Me digo "ativista" pois amamento Arthur até hoje, aos 2 anos e meio. Ele é muito bem desenvolvido, saudável e come bem. Até porque, amamentação vai além da nutrição. E a atividade física em nada atrapalha esse momento, como também já escrevi aqui.

Em agosto, mês da Semana Mundial do Aleitamento Materno (de 1 a 8 de agosto), esses temas ficam ainda mais em evidência.

Para ajudar a mulher e família a conquistar a confiança necessária para o sucesso na amamentação, o Dr. Achilles Cruz, especialista em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, esclarece algumas dúvidas mais frequentes:


1-      Amamentar dói.

Nem mito, nem fato. Vai depender de uma série de fatores como sensibilidade da mãe, se o bebê suga o peito da forma correta, estado emocional da mulher, entre outros. Normalmente, a mulher não sente nenhuma dor. É importante observar se o bebê abocanha a aréola e não somente o mamilo (bico). É nessa região que ficam os bolsões de leite. Dessa forma, evita-se as rachaduras que provocam dor durante as mamadas.

2-      Seio pequeno não produz leite.


Mito. O tamanho do seio não tem influência nenhuma no sucesso da amamentação!  O que faz a diferença no tamanho dos seios não é a quantidade de glândulas, mas a quantidade de gordura de cada mama. As células produtoras (glândulas mamárias) e os ductos de leite são os mesmos em todas as mulheres, até mesmo naquelas que fizeram cirurgia plástica para colocar prótese de silicone. Só no caso de cirurgias redutoras é que este número pode ser reduzido. É mito associar tamanho de seio com fartura de leite.  O processo de produção do leite começa durante a gravidez quando o tecido glandular já começa a ser preparado. Por isso, os seios vão ficando maiores principalmente no final da gestação. Após o parto, a resposta hormonal estimula as glândulas mamárias a produzir o leite e a conduzi-lo por meio dos seios até o bico para que o bebê possa mamar. A produção aumenta gradativamente. Assim, a quantidade de leite que seu filho vai receber depende das suas próprias necessidades, e de quanto a mama seja estimulada adequadamente. Quanto mais ele sugar, mais leite será produzido.

3-      Amamentar é um ótimo anticoncepcional.
Mito. Algumas mulheres podem voltar a ovular mesmo no período da amamentação quando o ciclo menstrual está bloqueado devido à supressão dos hormônios. E para que funcione é necessário que a amamentação seja exclusiva com as mamadas muito frequentes, com curtos intervalos entre uma e outra. Como esta rotina não é para todas, o ideal é que ela já comece a adotar algum tipo de método contraceptivo a partir da sexta semana após o parto. Logo no primeiro retorno ao ginecologista, o ideal é que a mãe converse sobre o método mais adequado para evitar uma nova gravidez em pouco tempo. Ele irá orientá-la sobre o uso de camisinha, DIU, implantes ou até mesmo as pílulas de progestagênio, que são as mais indicadas para esse período.


4-      A mulher que está amamentando pode tomar qualquer tipo de pílula.
Mito. Existe uma pílula anticoncepcional desenvolvida especialmente para as mamães que estão amamentando. São compostas de progestagênio, hormônio que inibe a ovulação. Conhecidas como minipílulas, elas podem ser tomadas a partir da sexta semana depois do parto. Como são livres de estrogênio, não inibem a produção de leite materno nem tampouco interferem na sua qualidade e volume. Outro benefício é que seu princípio ativo não passa para o leite, não alterando seu gosto ou qualidade. E, então, a mulher terá segurança dupla. Primeiro quanto ao seu filho e depois com uma nova gestação durante essa fase. Segundo o médico, as mulheres que estão amamentando não podem usar as pílulas comuns, chamadas hormonais combinadas, porque podem diminuir a quantidade do leite além de transferir o hormônio feminino para ele e, consequentemente, para a criança.

5-      Engravidar enquanto está amamentando é benéfico.

Mito. Não existe um intervalo estabelecido entre uma gravidez e outra, porém, é aconselhável que a mulher não engravide enquanto estiver amamentando, porque a sobrecarga da amamentação somada a uma nova gestação pode comprometer a saúde da mãe, caso ela não tenha uma condição nutricional adequada. 


6-      A alimentação da mãe influencia o leite.
Fato. Tudo o que a mãe come acaba passando para o leite materno. Por isso, é importante que a mulher faça uma dieta saudável e beba bastante líquido nesse período. O consumo de bebidas alcoólicas ou cigarros é contraindicado. Medicamentos, por exemplo, só devem ser tomados com orientação médica.

7-      O leite materno pode ser fraco.
Mito. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, muitas mulheres têm essa percepção porque comparam seu leite ao da vaca que é mais denso e consistente, tem moléculas maiores e sua digestão é bem mais lenta. O leite materno tem 97% de água e, por isso, é facilmente digerido e logo o bebê sente fome novamente. Além disso, o leite humano é composto por células vivas que transferem para o bebê a imunidade materna aos agentes infecciosos. Os glóbulos brancos presentes nele levam os anticorpos da mãe para o filho. O que poucas mulheres sabem é que quando o bebê começa a sugar, o leite materno tem maior concentração de água mesmo, é normal, é chamado de “anterior”. Nessa fase, ele contém ainda vitaminas, minerais e anticorpos. Após um tempinho de mamada, começa a descer o leite que chamamos de “posterior”, que é mais rico em gordura, que fornece mais energia e permite que o bebê fique satisfeito e ganhe peso. Por isso, a recomendação é que a mãe ofereça um seio por mamada, ou seja, que a mamada não seja interrompida até que o bebê consiga ingerir bastante quantidade do leite posterior, que tem mais gordura. Somente depois de esvaziar uma mama, se necessário, o outro seio deve ser oferecido, o que normalmente com bebês maiores, que já mamam muito. Desse jeito você garante que o bebê retire do peito o leite anterior, rico em água, e o posterior, rico em gordura.

8-      Na volta ao trabalho, o leite seca.
Nem mito, nem fato. Caso a mulher consiga fazer a ordenha no trabalho e guardar na geladeira, ou ainda sair para amamentar o bebê durante o expediente, a produção de leite vai se manter inalterada. Muitas empresas possuem um espaço privativo para realizar a ordenha e uma geladeira para armazenar o leite. E, quando estiver com o filho em casa, antes ou depois do trabalho, deve oferecer o leite em livre demanda, ou seja, por quanto tempo o bebê quiser. As mamadas noturnas podem ser cansativas, mas são fundamentais para manter uma boa produção de leite materno, pois é a hora de maior liberação da prolactina, hormônio que controla a produção do leite humano.



9-      Prótese de silicone atrapalha a amamentação.

Mito. Com as técnicas atuais de colocação de próteses mamárias, geralmente não, mas dependendo da técnica pode atrapalhar a amamentação por interferir na quantidade e na saída/retirada do leite, mas não na qualidade dele.

10-   Estresse e nervosismo atrapalham a produção de leite.
Fato. Quando a mulher está muito cansada ou ansiosa, a produção do hormônio ocitocina, que é o responsável pela vasão do leite, é reduzida. O que pode prejudicar a descida do leite, e em casos graves até secar o leite!

  

Amamentação, Bico Rachado, Leite Fraco, Peito Empedrado e Método Anticonceptivos Durante a Amamentação

Há poucas semanas fui convidada para participar de um bate papo com a Dra. Luciana Herrero, pediatra, consultora internacional de amamentação pelo IBLCE/USA e autora dos livros "O diário de bordo da família grávida" e "O diário de bordo do parto".

Quando engravidei, escolhi o parto normal e amamentar meu filho o quanto fosse necessário. Jamais imaginaria que de alguma maneira me tornaria uma "ativista" de amamentação. Coloquei entre aspas, pois apesar de defender a amamentação e amamentar Arthur até hoje (ele tem 2 anos e meio - eu jamais fiz uma mamadeira na vida!), respeito as histórias das mulheres que de alguma maneira não amamentaram.

Muito se discute a respeito desse ato, que, apesar de natural, pode não ser tão simples assim.

Existem sim mulheres que enfrentam dificuldades em amamentar e que por alguma razão não produzem leite. Precisam de atenção e cuidados especiais para que sua produção aconteça normalmente. Nesse bate papo com a Dra.Luciana, estiveram presentes cerca de 12 mães, cada uma com sua história diferente, e tantas outras que conheci após me tornar mãe e me interessar pelo assunto.

O que realmente não acredito é que o leite materno é fraco. Uma vez que a mulher tem leite, apenas uma pesquisa científica séria me fará acreditar que aquele leite, produzido de maneira artesanal por nosso organismo, não é o suficiente para atender aquele pequeno que nós mesmas geramos... ah! Nisso não consigo acreditar. Para mim ainda é uma armadilha da indústria alimentícia para alavancar vendas de produtos industrializados. Senão, como as mães índias, ou africanas, ou de qualquer local que não tenha acesso a esses produtos, tem seus filhos e eles crescem, saudáveis também?


De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as pessoas tem a impressão que o leite materno é fraco, pois ao compararmos a consistência do leite de vaca, que é mais denso e consistente, o leite materno é composto de 97% de água, e facilmente digerido. Logo o bebê sente fome mais rápido quando comparado a um leite industrializado que demora mais para ser digerido. O leite humano contém células vivas que transferem ao bebê a imunidade, levando os anticorpos da mãe para o filho. 

O primeiro leite sugado, chamado de leite anterior, contém vitaminas, minerais e anticorpos. Após algum tempo de mamada, o leite passa a vir com mais gordura, permitindo ao bebê a saciedade necessária, ganhando peso. É chamado de leite posterior. Por isso é importante que o bebê mame toda uma mama e depois vá para a outra, garantindo assim que haja uma amamentação mais adequada. E também a alternância da mama: iniciar sempre pela última mama que o bebê sugou. 

Mas não quero mesmo polemizar. Cada mãe que sinta o que é melhor para seu momento e sua família. Quero mesmo compartilhar as informações preciosas que compartilhamos e aprendemos com a Dra. Luciana.

É preciso sim preparo e informações para que a amamentação aconteça de maneira natural e prazerosa. Meu parto foi normal e minha pressão ficou muito baixa. Arthur foi para o berçário, uma vez que eu fiquei em observação e repouso por algumas horas. Mesmo após irmos para o quarto, eu ainda não tinha leite. O primeiro dia, Arthur dormiu muito. No segundo dia, ele chorava, acredito que com fome. Foi somente no segundo dia que ele finalmente pegou o bico e conseguiu mamar. Uma enfermeira me ensinou como ele deveria pegar o bico, abocanhando toda a auréola, mas que nas primeiras vezes eu precisaria literalmente colocar o bico na boca dele.

Eu até usei uma pomada preparatória para o bico, mas de verdade, errei, pois o bico não precisa de emoliência para se preparar para o atrito que passaria a acontecer ali. Portanto, o ideal é apenas sol, se possível. Após o parto, hidratar as rachaduras com o próprio leite, exceto se houver fissuras realmente profundas, poderão ser tratadas com pomada específica. Em pouco tempo o bico se acostuma a demanda.

Quanto ao leite empedrado. É natural que em um primeiro momento haja uma produção acelerada de leite, levando ao "empedramento", isso é, excesso de leite na mama. Isso acontece porque o organismo ainda não sabe o quanto será necessário para suprir a demanda do bebê. A mama fica regurgitada, cheia, como se tivesse endurecida. Os dutos mamários estão muito cheios e a mama fica tal qual uma bexiga bem cheia. Faça esse teste. Não daria para sugar essa bexiga se fosse preciso. É necessário um prévio esvaziamento da mama para que o bebê consiga mamar e dessa forma, também não te machuca. É a ordenha manual , e a Dra. Luciana mostrou em um vídeo super didático como proceder:


Outra questão levantada no encontro, foi quanto ao método anticoncepcional durante amamentação.

Ficamos restritas a diversos tipos de medicamentos, pois interferem diretamente na amamentação. Tudo que ingerimos de alguma maneira vai direto para o bebê, especialmente quando alimentados exclusivamente de leite materno (LM). Inclusive as pílulas anticoncepcionais convencionais, pois contém hormônios que podem interferir na produção de leite. Por essa mesma razão, devemos adotar uma dieta equilibrada, natural e investir em muito líquido, especialmente água.

Nesse período são indicados, por ordem de segurança quanto a transmissão de doenças e gravidez:

1 - Preservativos (camisinha)
2 - DIU (especialmente os sem hormônios)
3 - Pílulas de progestagênio (inibem a ovulação, sem interferir na produção de leite)

Uma nova gravidez durante o período de amamentação deve ser acompanhada por um nutricionista, pois a mamãe enfrentará grande demanda energética.

Peito pequeno e bico "invertido" também são capazes de produzir leite e amamentarem de maneira igual a qualquer outra mulher. 

Agora, se há algo que realmente atrapalhe esse momento é o estresse, pois o hormônio ocitocina, que é responsável pela vazão do leite, é reduzido, o que pode diminuir ou até mesmo interromper a produção de leite. Portanto, tente relaxar. Largue tudo, olhe no olho e pense, é um momento único, com cada filho, que uma vez interrompido, não volta mais!

Quanto ao bebê fazer da mãe de chupeta: mamadas e crianças existem desde antes da criação da chupeta. As vezes a criança quer o afago da mãe e recorre ao peito, que é uma ligação extremamente íntima. É ruim? Talvez, porque nos prende. Mas do ponto de vista nutricional e afetivo, não há nada de ruim, pelo contrário, estreita os laços entre mãe e filho. A criança que se sente segura não é dependente.

Em especial para aquelas que decidiram amamentar por mais tempo, como euzinha aqui, o sistema imunológico da criança está em formação. Se resta alguma dúvida que o leite materno possa alimentar uma criança de 2 anos, com certeza fortalece o sistema imunológico, pois através do leite existe aquela troca de glóbulos brancos contendo agentes imunizadores importantíssimos. 

Enfim, não há manual para ser mãe. Se houvesse, não haveriam tantos (rsrsrs). Siga seu instinto materno, em primeiro lugar. Informe-se e aproveite. Essa fase passa voando.

Esse encontro foi promovido pela Libbs Farmacêutica, a quem agradeço a oportunidade e o conteúdo disponibilizado.




 
Real Time Web Analytics