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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Amamentação, Bico Rachado, Leite Fraco, Peito Empedrado e Método Anticonceptivos Durante a Amamentação

Há poucas semanas fui convidada para participar de um bate papo com a Dra. Luciana Herrero, pediatra, consultora internacional de amamentação pelo IBLCE/USA e autora dos livros "O diário de bordo da família grávida" e "O diário de bordo do parto".

Quando engravidei, escolhi o parto normal e amamentar meu filho o quanto fosse necessário. Jamais imaginaria que de alguma maneira me tornaria uma "ativista" de amamentação. Coloquei entre aspas, pois apesar de defender a amamentação e amamentar Arthur até hoje (ele tem 2 anos e meio - eu jamais fiz uma mamadeira na vida!), respeito as histórias das mulheres que de alguma maneira não amamentaram.

Muito se discute a respeito desse ato, que, apesar de natural, pode não ser tão simples assim.

Existem sim mulheres que enfrentam dificuldades em amamentar e que por alguma razão não produzem leite. Precisam de atenção e cuidados especiais para que sua produção aconteça normalmente. Nesse bate papo com a Dra.Luciana, estiveram presentes cerca de 12 mães, cada uma com sua história diferente, e tantas outras que conheci após me tornar mãe e me interessar pelo assunto.

O que realmente não acredito é que o leite materno é fraco. Uma vez que a mulher tem leite, apenas uma pesquisa científica séria me fará acreditar que aquele leite, produzido de maneira artesanal por nosso organismo, não é o suficiente para atender aquele pequeno que nós mesmas geramos... ah! Nisso não consigo acreditar. Para mim ainda é uma armadilha da indústria alimentícia para alavancar vendas de produtos industrializados. Senão, como as mães índias, ou africanas, ou de qualquer local que não tenha acesso a esses produtos, tem seus filhos e eles crescem, saudáveis também?


De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as pessoas tem a impressão que o leite materno é fraco, pois ao compararmos a consistência do leite de vaca, que é mais denso e consistente, o leite materno é composto de 97% de água, e facilmente digerido. Logo o bebê sente fome mais rápido quando comparado a um leite industrializado que demora mais para ser digerido. O leite humano contém células vivas que transferem ao bebê a imunidade, levando os anticorpos da mãe para o filho. 

O primeiro leite sugado, chamado de leite anterior, contém vitaminas, minerais e anticorpos. Após algum tempo de mamada, o leite passa a vir com mais gordura, permitindo ao bebê a saciedade necessária, ganhando peso. É chamado de leite posterior. Por isso é importante que o bebê mame toda uma mama e depois vá para a outra, garantindo assim que haja uma amamentação mais adequada. E também a alternância da mama: iniciar sempre pela última mama que o bebê sugou. 

Mas não quero mesmo polemizar. Cada mãe que sinta o que é melhor para seu momento e sua família. Quero mesmo compartilhar as informações preciosas que compartilhamos e aprendemos com a Dra. Luciana.

É preciso sim preparo e informações para que a amamentação aconteça de maneira natural e prazerosa. Meu parto foi normal e minha pressão ficou muito baixa. Arthur foi para o berçário, uma vez que eu fiquei em observação e repouso por algumas horas. Mesmo após irmos para o quarto, eu ainda não tinha leite. O primeiro dia, Arthur dormiu muito. No segundo dia, ele chorava, acredito que com fome. Foi somente no segundo dia que ele finalmente pegou o bico e conseguiu mamar. Uma enfermeira me ensinou como ele deveria pegar o bico, abocanhando toda a auréola, mas que nas primeiras vezes eu precisaria literalmente colocar o bico na boca dele.

Eu até usei uma pomada preparatória para o bico, mas de verdade, errei, pois o bico não precisa de emoliência para se preparar para o atrito que passaria a acontecer ali. Portanto, o ideal é apenas sol, se possível. Após o parto, hidratar as rachaduras com o próprio leite, exceto se houver fissuras realmente profundas, poderão ser tratadas com pomada específica. Em pouco tempo o bico se acostuma a demanda.

Quanto ao leite empedrado. É natural que em um primeiro momento haja uma produção acelerada de leite, levando ao "empedramento", isso é, excesso de leite na mama. Isso acontece porque o organismo ainda não sabe o quanto será necessário para suprir a demanda do bebê. A mama fica regurgitada, cheia, como se tivesse endurecida. Os dutos mamários estão muito cheios e a mama fica tal qual uma bexiga bem cheia. Faça esse teste. Não daria para sugar essa bexiga se fosse preciso. É necessário um prévio esvaziamento da mama para que o bebê consiga mamar e dessa forma, também não te machuca. É a ordenha manual , e a Dra. Luciana mostrou em um vídeo super didático como proceder:


Outra questão levantada no encontro, foi quanto ao método anticoncepcional durante amamentação.

Ficamos restritas a diversos tipos de medicamentos, pois interferem diretamente na amamentação. Tudo que ingerimos de alguma maneira vai direto para o bebê, especialmente quando alimentados exclusivamente de leite materno (LM). Inclusive as pílulas anticoncepcionais convencionais, pois contém hormônios que podem interferir na produção de leite. Por essa mesma razão, devemos adotar uma dieta equilibrada, natural e investir em muito líquido, especialmente água.

Nesse período são indicados, por ordem de segurança quanto a transmissão de doenças e gravidez:

1 - Preservativos (camisinha)
2 - DIU (especialmente os sem hormônios)
3 - Pílulas de progestagênio (inibem a ovulação, sem interferir na produção de leite)

Uma nova gravidez durante o período de amamentação deve ser acompanhada por um nutricionista, pois a mamãe enfrentará grande demanda energética.

Peito pequeno e bico "invertido" também são capazes de produzir leite e amamentarem de maneira igual a qualquer outra mulher. 

Agora, se há algo que realmente atrapalhe esse momento é o estresse, pois o hormônio ocitocina, que é responsável pela vazão do leite, é reduzido, o que pode diminuir ou até mesmo interromper a produção de leite. Portanto, tente relaxar. Largue tudo, olhe no olho e pense, é um momento único, com cada filho, que uma vez interrompido, não volta mais!

Quanto ao bebê fazer da mãe de chupeta: mamadas e crianças existem desde antes da criação da chupeta. As vezes a criança quer o afago da mãe e recorre ao peito, que é uma ligação extremamente íntima. É ruim? Talvez, porque nos prende. Mas do ponto de vista nutricional e afetivo, não há nada de ruim, pelo contrário, estreita os laços entre mãe e filho. A criança que se sente segura não é dependente.

Em especial para aquelas que decidiram amamentar por mais tempo, como euzinha aqui, o sistema imunológico da criança está em formação. Se resta alguma dúvida que o leite materno possa alimentar uma criança de 2 anos, com certeza fortalece o sistema imunológico, pois através do leite existe aquela troca de glóbulos brancos contendo agentes imunizadores importantíssimos. 

Enfim, não há manual para ser mãe. Se houvesse, não haveriam tantos (rsrsrs). Siga seu instinto materno, em primeiro lugar. Informe-se e aproveite. Essa fase passa voando.

Esse encontro foi promovido pela Libbs Farmacêutica, a quem agradeço a oportunidade e o conteúdo disponibilizado.




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Amamentação, Bico Rachado, Leite Fraco, Peito Empedrado e Método Anticonceptivos Durante a Amamentação

Há poucas semanas fui convidada para participar de um bate papo com a Dra. Luciana Herrero, pediatra, consultora internacional de amamentação pelo IBLCE/USA e autora dos livros "O diário de bordo da família grávida" e "O diário de bordo do parto".

Quando engravidei, escolhi o parto normal e amamentar meu filho o quanto fosse necessário. Jamais imaginaria que de alguma maneira me tornaria uma "ativista" de amamentação. Coloquei entre aspas, pois apesar de defender a amamentação e amamentar Arthur até hoje (ele tem 2 anos e meio - eu jamais fiz uma mamadeira na vida!), respeito as histórias das mulheres que de alguma maneira não amamentaram.

Muito se discute a respeito desse ato, que, apesar de natural, pode não ser tão simples assim.

Existem sim mulheres que enfrentam dificuldades em amamentar e que por alguma razão não produzem leite. Precisam de atenção e cuidados especiais para que sua produção aconteça normalmente. Nesse bate papo com a Dra.Luciana, estiveram presentes cerca de 12 mães, cada uma com sua história diferente, e tantas outras que conheci após me tornar mãe e me interessar pelo assunto.

O que realmente não acredito é que o leite materno é fraco. Uma vez que a mulher tem leite, apenas uma pesquisa científica séria me fará acreditar que aquele leite, produzido de maneira artesanal por nosso organismo, não é o suficiente para atender aquele pequeno que nós mesmas geramos... ah! Nisso não consigo acreditar. Para mim ainda é uma armadilha da indústria alimentícia para alavancar vendas de produtos industrializados. Senão, como as mães índias, ou africanas, ou de qualquer local que não tenha acesso a esses produtos, tem seus filhos e eles crescem, saudáveis também?


De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as pessoas tem a impressão que o leite materno é fraco, pois ao compararmos a consistência do leite de vaca, que é mais denso e consistente, o leite materno é composto de 97% de água, e facilmente digerido. Logo o bebê sente fome mais rápido quando comparado a um leite industrializado que demora mais para ser digerido. O leite humano contém células vivas que transferem ao bebê a imunidade, levando os anticorpos da mãe para o filho. 

O primeiro leite sugado, chamado de leite anterior, contém vitaminas, minerais e anticorpos. Após algum tempo de mamada, o leite passa a vir com mais gordura, permitindo ao bebê a saciedade necessária, ganhando peso. É chamado de leite posterior. Por isso é importante que o bebê mame toda uma mama e depois vá para a outra, garantindo assim que haja uma amamentação mais adequada. E também a alternância da mama: iniciar sempre pela última mama que o bebê sugou. 

Mas não quero mesmo polemizar. Cada mãe que sinta o que é melhor para seu momento e sua família. Quero mesmo compartilhar as informações preciosas que compartilhamos e aprendemos com a Dra. Luciana.

É preciso sim preparo e informações para que a amamentação aconteça de maneira natural e prazerosa. Meu parto foi normal e minha pressão ficou muito baixa. Arthur foi para o berçário, uma vez que eu fiquei em observação e repouso por algumas horas. Mesmo após irmos para o quarto, eu ainda não tinha leite. O primeiro dia, Arthur dormiu muito. No segundo dia, ele chorava, acredito que com fome. Foi somente no segundo dia que ele finalmente pegou o bico e conseguiu mamar. Uma enfermeira me ensinou como ele deveria pegar o bico, abocanhando toda a auréola, mas que nas primeiras vezes eu precisaria literalmente colocar o bico na boca dele.

Eu até usei uma pomada preparatória para o bico, mas de verdade, errei, pois o bico não precisa de emoliência para se preparar para o atrito que passaria a acontecer ali. Portanto, o ideal é apenas sol, se possível. Após o parto, hidratar as rachaduras com o próprio leite, exceto se houver fissuras realmente profundas, poderão ser tratadas com pomada específica. Em pouco tempo o bico se acostuma a demanda.

Quanto ao leite empedrado. É natural que em um primeiro momento haja uma produção acelerada de leite, levando ao "empedramento", isso é, excesso de leite na mama. Isso acontece porque o organismo ainda não sabe o quanto será necessário para suprir a demanda do bebê. A mama fica regurgitada, cheia, como se tivesse endurecida. Os dutos mamários estão muito cheios e a mama fica tal qual uma bexiga bem cheia. Faça esse teste. Não daria para sugar essa bexiga se fosse preciso. É necessário um prévio esvaziamento da mama para que o bebê consiga mamar e dessa forma, também não te machuca. É a ordenha manual , e a Dra. Luciana mostrou em um vídeo super didático como proceder:


Outra questão levantada no encontro, foi quanto ao método anticoncepcional durante amamentação.

Ficamos restritas a diversos tipos de medicamentos, pois interferem diretamente na amamentação. Tudo que ingerimos de alguma maneira vai direto para o bebê, especialmente quando alimentados exclusivamente de leite materno (LM). Inclusive as pílulas anticoncepcionais convencionais, pois contém hormônios que podem interferir na produção de leite. Por essa mesma razão, devemos adotar uma dieta equilibrada, natural e investir em muito líquido, especialmente água.

Nesse período são indicados, por ordem de segurança quanto a transmissão de doenças e gravidez:

1 - Preservativos (camisinha)
2 - DIU (especialmente os sem hormônios)
3 - Pílulas de progestagênio (inibem a ovulação, sem interferir na produção de leite)

Uma nova gravidez durante o período de amamentação deve ser acompanhada por um nutricionista, pois a mamãe enfrentará grande demanda energética.

Peito pequeno e bico "invertido" também são capazes de produzir leite e amamentarem de maneira igual a qualquer outra mulher. 

Agora, se há algo que realmente atrapalhe esse momento é o estresse, pois o hormônio ocitocina, que é responsável pela vazão do leite, é reduzido, o que pode diminuir ou até mesmo interromper a produção de leite. Portanto, tente relaxar. Largue tudo, olhe no olho e pense, é um momento único, com cada filho, que uma vez interrompido, não volta mais!

Quanto ao bebê fazer da mãe de chupeta: mamadas e crianças existem desde antes da criação da chupeta. As vezes a criança quer o afago da mãe e recorre ao peito, que é uma ligação extremamente íntima. É ruim? Talvez, porque nos prende. Mas do ponto de vista nutricional e afetivo, não há nada de ruim, pelo contrário, estreita os laços entre mãe e filho. A criança que se sente segura não é dependente.

Em especial para aquelas que decidiram amamentar por mais tempo, como euzinha aqui, o sistema imunológico da criança está em formação. Se resta alguma dúvida que o leite materno possa alimentar uma criança de 2 anos, com certeza fortalece o sistema imunológico, pois através do leite existe aquela troca de glóbulos brancos contendo agentes imunizadores importantíssimos. 

Enfim, não há manual para ser mãe. Se houvesse, não haveriam tantos (rsrsrs). Siga seu instinto materno, em primeiro lugar. Informe-se e aproveite. Essa fase passa voando.

Esse encontro foi promovido pela Libbs Farmacêutica, a quem agradeço a oportunidade e o conteúdo disponibilizado.




 
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