O vizinho bateu no meu carro no estacionamento, dei-lhe uma palmada para aprender a ser mais atento.
Meu marido insiste em deixar a toalha molhada sobre a cama, precisei usar a varinha no bumbum para fazê-lo aprender que aquilo não era correto.
Levei uma fechada no trânsito, um absurdo!! Desci do carro e mostrei a ele como deveria dirigir direito!!
As situações acima parecem inusitadas né?? E são! Até parece que alguém consegue agir dessa maneira, entre adultos. Na verdade, em nossa vida, engolimos muito sapo, e por mais que sejamos contrariados e por mais que estejamos certos, nas relações interpessoais, geralmente não empregamos a força física.
Semana passada foi aprovada no Congresso Nacional o Projeto de Lei 7672/10, que passou a ser chamado de "Lei Menino Bernardo". Antes conhecida como Lei da Palmada, o texto que ainda será votado no Senado, prevê que crianças e adolescentes devem ser educadas sem o uso de castigos físicos.
Meu marido insiste em deixar a toalha molhada sobre a cama, precisei usar a varinha no bumbum para fazê-lo aprender que aquilo não era correto.
Levei uma fechada no trânsito, um absurdo!! Desci do carro e mostrei a ele como deveria dirigir direito!!
As situações acima parecem inusitadas né?? E são! Até parece que alguém consegue agir dessa maneira, entre adultos. Na verdade, em nossa vida, engolimos muito sapo, e por mais que sejamos contrariados e por mais que estejamos certos, nas relações interpessoais, geralmente não empregamos a força física.
Semana passada foi aprovada no Congresso Nacional o Projeto de Lei 7672/10, que passou a ser chamado de "Lei Menino Bernardo". Antes conhecida como Lei da Palmada, o texto que ainda será votado no Senado, prevê que crianças e adolescentes devem ser educadas sem o uso de castigos físicos.
Na prática, ainda não tem definida a pena para quem descumprir a futura lei, porém fica o alerta às famílias e responsáveis para olharem com mais carinho as crianças que estão sob nossos cuidados.
Existem abusos, e estes são fáceis de identificar, e hoje, há consenso de que só trazem mal àqueles que sofrem a agressão, e afasta os laços. Porém castigo físico, ao meu ver, não ensina, adestra!
Longe de mim interferir na criação da família de ninguém, nem ao menos criticar, pois cada um sabe o que tem dentro de casa, mas sinceramente me sinto incomodada quando vejo alguém agredindo fisicamente, ou mesmo com palavras, alguém na rua, especialmente uma criança. É humilhante, e o fato de não vermos, da situação estar guardada no sigilo do lar, também não significa que não seja humilhante para a criança.
Assim como a maioria das crianças da minha geração, também fui corrigida em algumas situações com uso da palmada, não fiquei traumatizada e minha mãe é hoje minha melhor amiga, não guardo mágoa e mal me lembro das vezes ou motivos que me levaram a apanhar, ou até mesmo, das vezes que apanhei, até porque fui uma criança razoável, porém isso não quer dizer que concorde com os tapinhas que levei ou que as coisas não possam ter evoluído ao ponto de eu entender que aquilo era, no mínimo, desnecessário.
Como já disse, penso que até muito pouco tempo negros tiveram que lutar por seus direitos civis nos Estados Unidos e África do Sul, pois sequer tinham direito a voto. Mulheres queimaram soutien para garantir seus direitos e a Lei Maria da Penha, que garante no Brasil a defesa das mulheres que sofrem agressões, é coisa super recente.
As crianças estão em aprendizado e desenvolvimento, muitas vezes não sabem sequer falar. Tem uma curiosidade natural e inquietante, tá certo que muitas vezes irritante, mas e os adultos não? Apresentam reações diante de frustrações. E gente grande que teima, não irrita? E porque não apanha? Quando adulto apanha é agressão, quando a criança apanha, mesmo que uma palmadinha, é correção? Não consigo compreender! Até porque a criança, menor e indefesa, acaba ficando sem opção.
Creio que nós, adultos, tenhamos outras alternativas para educar nossas crianças, a conversa diária e repetidamente. Não quero dizer com isso que os "Nãos" não são necessários, e eles acontecem muito, mas salientar aquilo que a criança faz de positivo poderá trazer melhor resultado do que focar nos erros. Desviar o foco dos pequenos daquilo que não devem fazer, poderá trazer mais harmonia e evitar confrontos.
Fiquemos portanto com essa reflexão. "Menino Bernardo" ainda não é lei, está em vias de ser, mas dentro de casa podemos colocar em prática atitudes positivas e saudáveis, que tragam mais proximidade entre as partes e não nos afastem de quem amamos.
Assim como a maioria das crianças da minha geração, também fui corrigida em algumas situações com uso da palmada, não fiquei traumatizada e minha mãe é hoje minha melhor amiga, não guardo mágoa e mal me lembro das vezes ou motivos que me levaram a apanhar, ou até mesmo, das vezes que apanhei, até porque fui uma criança razoável, porém isso não quer dizer que concorde com os tapinhas que levei ou que as coisas não possam ter evoluído ao ponto de eu entender que aquilo era, no mínimo, desnecessário.
Como já disse, penso que até muito pouco tempo negros tiveram que lutar por seus direitos civis nos Estados Unidos e África do Sul, pois sequer tinham direito a voto. Mulheres queimaram soutien para garantir seus direitos e a Lei Maria da Penha, que garante no Brasil a defesa das mulheres que sofrem agressões, é coisa super recente.
As crianças estão em aprendizado e desenvolvimento, muitas vezes não sabem sequer falar. Tem uma curiosidade natural e inquietante, tá certo que muitas vezes irritante, mas e os adultos não? Apresentam reações diante de frustrações. E gente grande que teima, não irrita? E porque não apanha? Quando adulto apanha é agressão, quando a criança apanha, mesmo que uma palmadinha, é correção? Não consigo compreender! Até porque a criança, menor e indefesa, acaba ficando sem opção.
Creio que nós, adultos, tenhamos outras alternativas para educar nossas crianças, a conversa diária e repetidamente. Não quero dizer com isso que os "Nãos" não são necessários, e eles acontecem muito, mas salientar aquilo que a criança faz de positivo poderá trazer melhor resultado do que focar nos erros. Desviar o foco dos pequenos daquilo que não devem fazer, poderá trazer mais harmonia e evitar confrontos.
Fiquemos portanto com essa reflexão. "Menino Bernardo" ainda não é lei, está em vias de ser, mas dentro de casa podemos colocar em prática atitudes positivas e saudáveis, que tragam mais proximidade entre as partes e não nos afastem de quem amamos.