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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Arthur Arteiro e Sua Adaptação à Escola

Hoje Arthur completa 2 anos e 1 mês. Hoje também estamos no 8° dia de início das aulas.

Decidimos matricular Arthur na escola pois víamos nele uma necessidade de interação com outras crianças. Apesar de estarmos muito presentes no seu cotidiano, brincando no chão, interagindo, praticando atividades físicas e lúdicas, percebemos que o convívio social estava comprometido, uma vez que sua relação com crianças de sua idade, ou outras idades, ficava limitado a nossas saídas. 

Por volta dos 2 anos, a criança passa a interagir efetivamente com outras crianças e a escola, em tempos modernos, passa a ser uma boa opção. E isso tudo depende de cada família, de seus valores, crenças, condições sociais e financeiras.

Me planejei emocionalmente para esse processo por cerca de 6 meses, enquanto isso procuramos a escola. Não existe escola perfeita para nossos pequenos. Cada mãe tem um olhar de exclusividade e sabe que não há lugar melhor que sob suas asas, por isso a escola deve ser muito parecida com os valores pregados em casa, pois acaba sendo uma extensão da família.

Uma decisão muito acertada foi escolher uma escola bem próxima ao meu trabalho, pois ele vai e volta comigo, e ficamos a tarde juntos. Como sou professora e entro cedo, cada minuto é valioso. Essa semana resolvi chegar alguns minutos antes, pois também gosto de estar preparada para receber meu alunos com um pouco de antecedência, a escola ainda estava abrindo. Se fosse próximo a minha casa, por exemplo, teria problemas como horário. Muita sorte que essa escola ficou em nosso Top 3!!!

Arthur participou busca pela escola, teve oportunidade de interagir e conhecer os locais. Sentimos que ele ficou a vontade naquele lugar, além de eu ter várias referências positivas de pais que tem seus filhos lá, além de funcionários conhecidos. Foi conosco à reunião antes do início das aulas, conheceu os coleguinhas e as professoras.

Todo esse processo já faz parte da adaptação da família, sim, porque a criança não está sozinha nessa. Visitar, colher informações, participar de atividades extracurriculares como apresentações, quando possível, para perceber um pouco de como é o funcionamento da escola, se faz muito importante para que, após escolhida, não restem tantas dúvidas quanto a decisão ser correta ou não.

Digo isso porque é raro a criança que não chora!

O procedimento de adaptação, que varia de escola para escola, é que a criança seja deixada lá, um breve tchau e com pouca emoção (difícil ser nula!), depois podemos ligar para saber como a criança está, ou caso necessário, a escola liga. O deixei por 2:30h no primeiro dia. No primeiro dia não chorou. Mas logo imaginei que quando percebesse que aquilo seria uma rotina para ele, que estaria longe da gente, com estranhos, iria reclamar.

Dos 8 dias, tem reclamado 7. Digo reclamado porque resmunga para não ir, hora quando põe o uniforme, hora a caminho, outras vezes somente na porta. Teve um dia que mesmo chorando e dizendo que não queria, estendeu os braços e foi no colo da diretora, que recepciona as crianças.

Nos primeiros 4 dias liguei, ele estava bem e logo havia parado de chorar. Todos os dias voltou tranquilo, em paz e falante. Já percebo uma diferença em seu comportamento. Já havíamos superado (espero que em definitivo), aquela terrível crise de birras e choros que durou uns 20 dias. Agora meu menino está em outro extremo: De um carinho maravilhoso, onde muitas vezes no dia pede beijos e braços, diz que ama, quer ficar perto, assistindo seus programas em nosso colo, lendo seus livros em nosso colo, brincando no chão. Mais interessado por escrever. Uma delícia. Mesmo hoje após ter levado uma unhada!

Estamos em adaptação ainda e pena que logo chega o carnaval, uma semana sem aula... creio que na semana seguinte mais alguns dias de choro. 

Nós pais, durante esse período temos que ser fortes e não chorar! Especialmente em frente a criança: "Ora, que lugar é esse que minha mãe me deixa chorando? Coisa boa não deve ser", mesmo que seja um choro de emoção, a criança não sabe filtrar, choro é choro! Deixe-a tranquila e em paz. Chore depois. No primeiro dia, deixei Arthur e fui a academia, ainda estava em férias. Os olhos encheram de lágrimas, meu pequeno deixando de ser um bebê, saindo de minha vista e conquistando seu espaço na sociedade... passou um filme na cabeça, estava emocionada!

Antes de deixar a criança na escola, evitar falar muito sobre o assunto, tipo "Vamos pra escola hoje!", "Onde estamos indo?" , frases e atitudes como essa podem deixar a criança ansiosa e atrapalhar o processo. Agir naturalmente, claro que nunca mentir dizendo que vai a outro lugar. Simplesmente manter a rotina, fazendo com que o ir a escola seja entendido como parte dessa nova e natural rotina.

Ao receber a criança, mesmo que ela ainda não fale, pergunte como ela se SENTIU na escola. A criança é o foco! Ela é o elemento principal de todo esse processo e seu sentimento é o que mais importa. O que ela fez ou deixou de fazer é secundário. Criança feliz e tranquila produz mais.

Estamos muito felizes com nossa decisão e por enquanto pensamos que é a melhor opção para ele. Além disso, ainda temos a tarde toda juntos, como sempre foi...

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Escolhendo a Escola do Seu Filho - Ensino Bilingue e Confessional



Embora o Ensino Bilíngue e o Ensino Confessional (religioso) não sejam linhas pedagógicas, o fato é que escolas desse tipo tem se espalhado por todo o país, por isso decidi abordá-las aqui.

Tanto o bilíngue quanto o confessional seguem alguma das teorias da pedagogias estudadas até aqui. O que as diferencia é o trato com as questões abordadas (religião ou língua estrangeira)  e, mais uma vez, com relação as expectativas das famílias com relação a esse tipo de estudo. 

Com relação as escolas religiosas, apesar do Brasil ser um estado Laico (não pode privilegiar uma religião em detrimento a outra), ao escolher uma escola confessional, a família deverá entender que o ensino religioso fará parte da grade curricular e os alunos estarão sob a doutrina da religião a qual a escola está ligada. Essas escolas geralmente tem um currículo mais tradicionalista em sua conduta social, porém podem adotar qualquer prática pedagógica.

Com relação as escolas bilíngues, existe uma crescente procura em escolas que alfabetizem tanto em português quanto em uma outra língua, como inglês ou espanhol. Essas escolas tem a tendência a seguirem o modelo de séries de seus países de origem, porém com adequações à legislação brasileira. Portanto aqui também podemos ter escolas bilíngues em pedagogias diferentes. Geralmente as famílias que procuram escolas desse tipo o fazer com o intuito de preparação para a vida e em especial para o mercado de trabalho.

Por conta da língua e cultura serem partes da grade curricular nas escolas de educação bilíngue, há o mito de que pode ocorrer algum atraso na alfabetização, o que não procede. Nos anos iniciais, poderá acontecer alguma substituição de palavras, e a criança utilizar tanto uma quanto outra língua, e também misturar um pouco, mas isso em nada atrapalha a alfabetização. Terminado esse estágio inicial, a criança está apta a compreender em que momento utilizar cada palavra.

Nestes dois casos o mais importante é a criança ter o acompanhamento da família pois aquilo que é estudado na escola deverá estar em conformidade com aquilo que a criança terá em casa, na questão de conduta e acompanhamento escolar. Não necessariamente a família precisa se "converter" ou falar em uma outra língua o tempo todo, mas é fundamental que a criança se sinta segura do ambiente na qual está inserida. Em casa, sua rotina e programação deverá estar em concordância com a pedagogia na escola e com os preceitos que esta segue.

Por esse motivo é fundamental a participação ativa da família nas reuniões, festas e em contato com a direção, coordenação e corpo docente sempre que necessário, ou solicitado, tanto por parte da escola quanto por parte da família.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Escolhendo a Escola do Seu Filho - Construtivismo

Em continuidade à série de textos para auxiliar as famílias na escola da escola, hoje discutiremos sobre o Construtivismo, que tem seu principal autor o francês Jean Piaget, Emília Ferrero

O construtivismo propõe que o aluno experimente e construa seu próprio conhecimento através de interações com o meio, através dos objetos e das pessoas.

Existem três palavras chaves quando nos referimos a essa pedagogia: 
Ação: O sujeito (criança) experimenta.
Assimilação: Modifica seus experimentos no intuito de verificar possibilidades
Acomodação: Fixação dos esquemas experimentados.

No construtivismo, a base do conhecimento é através de sua construção, ou seja, como o indivíduo faz para chegar ao resultado final. O processo é mais importante que o resultado, pois é nesse processo que ocorre o desenvolvimento global do indivíduo com seu meio. A construção é permanente, uma vez que o mundo está em constante movimento.

Nesta pedagogia, acredita-se que o conhecimento se transforma uma vez que não há "acúmulo de conhecimento" e sim novas interações, esquemas e novos entendimentos sobre esquemas já formados.

O professor e a escola são canais de problematização, ou seja, devem fornecer ao aluno a oportunidade de experimentação e construção de seus esquemas e aprendizagem. Deve ser uma escola que permita a reflexão e a auto avaliação, portanto, não rígida, respeitando o tempo de aprendizagem de cada indivíduo, a diversidade de interesses, culturas e conhecimentos. 

Essa escola deve fomentar a pesquisa, a resolução de problemas, o desenvolvimento de projetos e hipóteses.

As escolas, por conta das pesquisas de Piaget, podem ser divididas em ciclos:

0-2 anos: Fase Sensório Motor - onde o bebê passa a construir esquemas de ação para assimilar o meio. Noções de objeto, espaço e tempo, construídas através de ações, que aos poucos interagem entre si.

2-7 ou 8 anos: Fase Pré Operatória - Surge na criança a capacidade de substituir o objeto por uma representação, por isso a fase também é conhecida como Fase da Inteligência Simbólica. Atribui símbolos e faz uso de movimentos mais sofisticados e intuições.

8 - 11 anos: Fase Operatório Concreto - Onde a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, dependendo do mundo concreto para fazer suas conexões e aprendizagem. Percebe a reversibilidade, ou seja, que as ações podem ser desfeitas e refeitas de maneiras, muitas vezes, diferentes.

8 - 14 anos: Fase Operatório Formal - Quando a criança/adolescente é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções sem necessariamente depender apenas da observação da realidade, do concreto, aplicando raciocínio lógico a todas as classes de problemas.

De uma forma geral, a palavra chave é incitar a curiosidade através de experimentos e atividade que levem o aluno a construir seu conhecimento baseado em sua interação com o mundo em que vive e da forma como lhe é mais familiar.

*Em qualquer das pedagogias expostas, estamos apenas colocando uma ideia geral, pois como já disse, é muito difícil em poucas palavras, explicar toda uma vida de pesquisas e conceitos, mas como sempre de maneira didática, informar aos pais que procuram escola para seus filhos, um pequeno manual para verificar se a escola se encaixa no perfil de seu filho e de sua família.

*Salientamos também que qualquer que seja a escolha, é importante observar o desenvolvimento geral da criança, se ela continua animada e progredindo em um âmbito geral de vida, pois qualquer dificuldade, poderá interferir em seu desenvolvimento pedagógico.

Com relação aos pequenos, é importante verificar acima de tudo, a higiene, praticidade, e segurança do local, porém a escola de educação infantil ou maternal já pode indicar a pedagogia que a criança deverá seguir, oferecendo assim, segurança para seus "primeiros passos" na vida escolar.

Ainda temos muito o que debater, e verifiquem nas postagens anteriores o que já foi comentado.




quarta-feira, 30 de julho de 2014

Escolhendo a Escola do Seu Filho - Montessori

Imagens da internet


Algo bastante importante, em meu ponto de vista, a ser observado, além da distância, de casa ou do trabalho, é também a distância de algum parente ou amigo próximo que possa buscar a criança em caso de necessidade, na ausência ou atraso dos pais. Nessa loucura de grandes metrópolis, não é raro ficarmos presos no trânsito e a criança ficar esperando...

Outra observação que considero importante, mesmo acima do tipo de pedagogia nesses anos iniciais, é a qualificação profissional das professoras e cuidadores. Escolas pequenas nem sempre conseguem contratar professores suficientes para as turminhas, deixando as crianças a cargo de excelentes cuidadores(as), mas em minha opinião, um profissional deve sempre ser responsável pela turma.

Voltando a questão pedagógica, hoje trago em simples palavras, como funciona a Pedagogia Montessoriana, lembrando que fica muito difícil trazer para a linguagem do blog, toda a pedagogia, que leva anos de estudo. Trago aqui apenas algumas referências e um breve resumo em linguagem prática na tentativa de ajudar as mamães a entenderem melhor tais pedagogias. 

Primeira médica a se formar na Itália, Maria Montessori iniciou sua "pedagogia" dando maior atenção as crianças com deficiências. Com um olhar para o "ser individual", a pedagogia que desenvolveu busca a educação através da liberdade, atividade e independência do indivíduo (criança), de forma que este indivíduo possa traçar seu próprio caminho para a vida. Desta forma, as escolas que se pautam por essa pedagogia, devem fornecer subsídios (material didático) para que cada criança construa seu proprio conhecimento através de observação e experimentação.

A Pedagogia Montessoriana propõe o desenvolvimento do conhecimento e não a transmissão de conhecimento, portanto todo o ambiente deve ser e estar voltado a este desenvolvimento, desde móveis aos objetos colocados nestes móveis, ao alcance e atraentes para que a curiosidade seja fomentada e a partir dela o conhecimento. Busca portanto a construção de uma criança autônoma e independente, onde o meio é mais "educador" que os "professores" por assim dizer.

O professor em uma escola de Pedagogia Montessoriana é um canal para o conhecimento e não o ser central que transmite o conhecimento. Sendo assim, nesse estágio de aprendizagem, a criança se "auto-educa", os objetos e o meio lhes mostram erros e acertos, e tudo isso pautado pelo estágio de desenvolvimento psíquico e motor de cada criança, e ao interesse de cada indivíduo, já que o método se mostra altamente individualizado. 

O ambiente em uma escola Montessoriana é fortemente atrativo para cada fase do desenvolvimento infantil, sendo atrativos, coloridos, simples, leves, resistentes, e únicos, com objetivo de saber explorar tal objeto, e retorná-lo ao devido local, até mesmo limpá-lo caso seja necessário, estimulando dessa forma também a necessidade de organização e partilha. Caso alguma criança queira utilizar algum objeto que está com outra criança, deverá aguardar seu momento, exercitando assim a paciência, a disciplina e minimizando a competitividade própria da idade.

Todavia, com uma pedagogia centrada no aluno, individualizada e construída à base da independência de cada indivíduo, tal pedagogia se mostra eficiente especialmente nos anos iniciais. Mas em níveis mais avançados como fundamental e médio, a educação coletiva ainda se sobrepõe à individualizada, com programas e metas a serem atingidas pelo grupo de alunos.

Ao escolher uma escola Montessoriana para a criança em fase de educação infantil, é importante também que a família tenha um preparo para entender que cada indivíduo tem seu tempo de aprendizagem, seus interesses e estágios de maturação (psiquica e biológica), e portanto não gerar ansiedade sobre os resultados de sua aprendizagem e principalmente não fazer qualquer tipo de comparação entre ele e o coleguinha. O ambiente em casa também deve ser adaptado conforme a pedagogia, de forma a ajudá-lo a desenvolver suas capacidades e habilidades, conforme a linguagem pedagógica em que está sendo orientado.

Ressalto: Visitar a escola por diversas vezes, conversar com outros pais, estar em acordo com a família e sentir segurança no ambiente é o fator principal. Ao passar pelo período de adaptação, logo a criança deve demonstrar felicidade ao ir para a escola, pois todo ser humano gosta de se ver progredindo, e a escola é um lugar de progresso. Para o melhor desenvolvimento e aprendizagem do seu filho, ele deve estar seguro e feliz, essa segurança começa em casa.




quarta-feira, 25 de junho de 2014

Escolhendo a Escola do Seu Filho - Waldorf

Acredito ser a queridinha do momento por parecer um oásis em meio a multidão de extrema competitividade e egocentrismo, a pedagogia Waldorf é quase centenária. Utilizada desde 1919, foi desenvolvida pelo austro hungaro Rudolf Steiner e aplicada com os filhos de operários da indústria alemã Waldorf Astoria.

Pintura que simboliza os a base da Pedagogia Waldorf


A Pedagogia Waldorf é baseada na Antroposofia que é o estudo do Universo e do Homem, respeitando a liberdade espiritual de cada um, apesar de Antroposofia não ser entendida como religião ou seita religiosa. É uma ciência que procura conciliar a observação, descrição e interpretação de fatos concretos, sem a esoterização. Observa o corpo físico, corpo etérico (força vital, responsável pela vida) e corpo astral, responsável pela conexão do homem com impulsos físicos superiores. É dessa maneira que o homem reage, pensa e entra em contato com sua realidade, sob uma ótica absolutamente particular. 

A Pedagogia Waldorf leva em consideração a individualidade biológica de cada ser humano, conceito esse muito respeitado em educação física, ou seja, cada indivíduo é absolutamente diferente do outro, e isso deve ser respeitado. Em pedagogia, não considera apenas a individualidade física, mas emocional, mental, social, familiar. Além disso, o meio e a criação em que vive fazem parte de sua existência e formação como pessoa.

A criança tem seu tempo de aprendizado, e as informações devem ser apresentadas de diversas maneiras para que compreenda seu integral significado. Melhor ainda, cada informação deve ter significado para cada criança, a informação deve fazer parte de seu cotidiano, e esta assimila conforme sua maturação, informações anteriores, conforme seu nível de compreensão.

A Pedagogia Waldorf pretende uma educação baseada no ser humano, portanto não tem necessariamente uma metodologia sistematizada, apesar de existir sim uma orientação e alguma condução por parte do professor, que tem mais uma função de orientador para manter a harmonia do ambiente, dos alunos e das atividades, suas atitudes e consequências. Respeita-se as qualidades dos alunos, e a aprendizagem é orientada através desses aspectos positivos. Dessa forma busca-se o prazer no conhecimento, pois o aluno buscará saber em seu tempo e através daquilo que lhe é mais fácil 

Em escolas de Pedagogia Waldorf é possível ver no jardim de infância, alunos de diversas idades juntos, pois as crianças não são distribuídas por ciclos. Portanto, não se assuste ao ver crianças de 3 anos e outras de 7 anos em um mesmo ambiente, a Pedagogia não entende que a educação é como uma linha de produção, todos iguais, ao mesmo tempo. Nessa pedagogia, os maiores recebem a responsabilidade sobre os menores. Assim como em uma família, e o aprendizado acontece também por imitação. Aliás, haverá sempre a presença de 2 professores. Harmonia e convivência social é mais valorizado que o ensino de conteúdos nessa idade, tudo realizado de maneira coletiva. 

O ambiente na escola deve ser acolhedor como em uma casa, transmitindo assim segurança que os pequenos precisam ter para seu desenvolvimento como ser humano, total e completo. A valorização daquilo que é natural como madeira, fibras, tecidos, pedras, a natureza em si. As coisas sintéticas não são toleradas pois são consideradas símbolo de um mundo de mentiras.

Atividades como pintar, modelar, dramatizar, dançar, cantar, recortar, colar são fundamentais para a criança e absolutamente utilizadas nas escolas Waldorf. Possuem áreas livres em contato com a natureza como jardins com obstáculos e brinquedos como gangorras, balanços, escorregas, etc, isso tudo desenvolve o ser etério que existe em cada um. Objetos e brinquedos naturais, que estimulem a interação homem/universo, e estimulem atividades de imaginação 

A presença dos pais é fator essencial para o desenvolvimento da criança sob o olhar da Pedagogia Waldorf, acompanhando, participando e interagindo. As atividades propostas para serem feitas em casa são coletivas, a família colabora. Também não se deve comparar o estágio de aprendizagem com alunos de outras pedagogias, aliás nunca se deve comparar. Como a pedagogia respeita o tempo de aprendizagem de cada indivíduo, muitas vezes pode parecer demorar a aprender gramática ou matemática, por exemplo.

Para ensino fundamental os alunos ficam apenas com 1 professor que será responsável por ensinar as matérias tradicionais como português, matemática, história, geografia, etc... outras matérias são ensinadas por outro professor e a classe formada por afinidades, como música, dança, jardinagem, línguas estrangeiras etc... O professor tem um papel fundamental de observar o aluno e conhecê-lo em seu âmbito pessoal, agindo como um orientador e capaz de avaliá-lo conforme suas potencialidades e habilidades e não uma avaliação tradicionalista.

Da mesma maneira acontece no ensino médio, porém algumas modificações estruturais para que o aluno saia em condições para o mercado de trabalho, lembrando que o objetivo principal da Pedagogia Waldorf é formar o ser humano, capar de aprender e evoluir.

De uma forma geral, a Pedagogia Waldorf busca a educação humana, integralizada, não somente a transmissão de conteúdos, mas aprender a aprender.

Visite o site da Federação de Escolas Waldorf para maiores informações.

*Pesquisas baseadas em artigos científicos e estudos de caso


Deixo aqui registrado então um breve resumo da Pedagogia Waldorf. Uma pedagogia é feita através de estudo de vários anos, e através de vários fatores. Por vezes fica muito complicado resumir em tão poucos parágrafos, toda uma filosofia, anos e anos de estudo. Quero aqui, apenas tentar esclarecer um pouquinho e de maneira bem didática, alguns questionamentos quanto a escolha da escola. Como já disse em um post anterior, a escolha deve ser feita através de muita pesquisa e visita: Leitura de artigos, conversas com pais, e acima de tudo, respeitando a individualidade da criança e da família. 

Qualquer dúvida, deixe no campo de comentários.
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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Escolhendo a Escola Para Seu Filho - Parte 1

Cada vez mais cedo as crianças tem que ir para a escola. Hoje, a lei brasileira prevê que as crianças devem frequentar a escola a partir de 4 anos, regularmente. Porém, com a independência das mulheres, e ainda mais, com a necessidade da mulher também trazer o sustento financeiro para casa, muito mais cedo as crianças passam a frequentar escolas e creches.

Por mim, seguiria os caminhos da lei. Deixaria Arthur conosco até 2017, quando completará 4 anos. Estará mais independente e seguro. Por outro lado, também entendo que a escola faz seu papel social, pois estão entre outros da mesma idade, coisa que em meu tempo a sociabilização era na rua. Talvez tenha que colocar Arthur na escola em breve, quem sabe em 2015, portanto já estou estudando e visitando lugares. Não quero fazer nada com pressa.

Quando pensamos em escola para crianças (tão pequenas), a primeira preocupação é que a criança se sinta bem e acolhida, afinal, o filho é nosso maior bem! Precisamos ter confiança que ali será um ambiente saudável para que ela sinta prazer e continue crescendo e se desenvolvendo da melhor maneira possível. Visitar escolas se faz muito necessário e não pode ter pressa. Antecipe-se, mesmo que ainda não precise colocá-la neste momento. Conversar com famílias, pesquisar na internet, ainda mais hoje que a informação está em todo lugar. Peneirar as informações...

A oferta de escolas é imensa e a dúvida acompanha essa oferta. Como escolher? Qual a melhor? 

Minha formação profissional me deu uma base pedagógica muito importante, que hoje relembro, revejo e estudo muito por conta do Arthur. Afinal, independente do quanto estudamos, aprendemos mesmo na prática. Arthur é minha revisão de caso.

Vou compartilhar aqui algumas de minhas pesquisas com relação às pedagogias mais populares na questão de educação infantil. 

Em primeiro lugar temos que pensar na praticidade. Os grandes centros urbanos brasileiros estão cada vez piores no quesito mobilidade urbana. Trabalhar perto de casa é um sonho, infelizmente longe do alcance de muitos. Para a escolha da escola não pode ser diferente. Imagina ter que atravessar a cidade com a criança no carro, ou em transporte coletivo (mesmo o transporte escolar)? Outro ponto a ser avaliado é quando a criança ficar doente. Não é indicado mandá-la para escola, e caso tenha que voltar, quem irá buscar? Estáá acessível?  Já começam os questionamentos...

Preço. Não adianta a escola ser um sonho não possível. O ideal é trocar o mínimo possível de escola, por questões de afinidade mesmo, tanto com a escola quanto com os colegas. Isso também influencia no processo de aprendizagem, mesmo dos menores enquanto isso não é exigido.

Com relação a parte pedagógica, ou seja, que linha de educação a escola resolveu seguir, muitos outros questionamentos. Tantos são os teóricos da educação, em tantas forma de pensamento, para quem não é da área é uma confusão danada! Nós que trabalhamos na educação também temos nossos questionamentos.

De antemão quero adiantar que não existe escola perfeita. Cada uma, em sua linha pedagógica irá se adequar ao estilo da família. Há alguns anos atrás seguíamos, quase exclusivamente, a linha tradicional, onde as crianças aprendiam pelo alfabeto e usávamos a cartilha. As crianças estavam padronizadas e aquilo que saía do padrão estava errado. Quantos antigos foram forçados a usar a mão direita, quantos receberam palmatória... claro que em tempos remotos. Através dos estudos descobriram então que cada ser humano tem seu tempo e a metodologia que se aplica a cada perfil pessoal. Da mesma forma que hoje se valoriza a Inteligência Emocional como fator fundamental para o sucesso, as diversas linhas pedagógicas também devem ser observadas para o sucesso do aprendizado da criança.

Com relação ao perfil da família, vale lembrar que muitos ainda preferem o B+A=BA, enquanto outros valorizam a relação interpessoal e sustentável. Há ainda aquelas que já se preocupam em oferecer uma educação bilíngue, e as escolas devem seguir também essa orientação. Porém a criança, que é o alvo central de toda essa discussão, deve ser constantemente acompanhada e "avaliada", e se aquele ambiente está extraindo todo seu potencial.

Para os menores, higiene, espaço, disponibilidade de cuidadores, preparação desses cuidadores/professores, alimentação, são os principais fatores que devem ser observados ao procurar uma escola. A parte pedagógica, pensando em alfabetização, vem em segundo plano pois ocorre mais adiante, aos 5 anos aproximadamente. Mas já deixar a criança em um ambiente que já indique como será sua aprendizagem, já o deixa preparado e adaptado.

Fique atento às próximas semanas onde estarei detalhando em linguagem simplificada, como sempre, um pouco sobre as principais pedagogias da aprendizagem que temos atualmente: Tradicional, Waldorf, Montessori, Piaget, e também um pouco da educação Bilingue.

Participe, deixe sua dúvida aqui no blog ou na fanpage NamorarSempre





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Arthur Arteiro e Sua Adaptação à Escola

Hoje Arthur completa 2 anos e 1 mês. Hoje também estamos no 8° dia de início das aulas.

Decidimos matricular Arthur na escola pois víamos nele uma necessidade de interação com outras crianças. Apesar de estarmos muito presentes no seu cotidiano, brincando no chão, interagindo, praticando atividades físicas e lúdicas, percebemos que o convívio social estava comprometido, uma vez que sua relação com crianças de sua idade, ou outras idades, ficava limitado a nossas saídas. 

Por volta dos 2 anos, a criança passa a interagir efetivamente com outras crianças e a escola, em tempos modernos, passa a ser uma boa opção. E isso tudo depende de cada família, de seus valores, crenças, condições sociais e financeiras.

Me planejei emocionalmente para esse processo por cerca de 6 meses, enquanto isso procuramos a escola. Não existe escola perfeita para nossos pequenos. Cada mãe tem um olhar de exclusividade e sabe que não há lugar melhor que sob suas asas, por isso a escola deve ser muito parecida com os valores pregados em casa, pois acaba sendo uma extensão da família.

Uma decisão muito acertada foi escolher uma escola bem próxima ao meu trabalho, pois ele vai e volta comigo, e ficamos a tarde juntos. Como sou professora e entro cedo, cada minuto é valioso. Essa semana resolvi chegar alguns minutos antes, pois também gosto de estar preparada para receber meu alunos com um pouco de antecedência, a escola ainda estava abrindo. Se fosse próximo a minha casa, por exemplo, teria problemas como horário. Muita sorte que essa escola ficou em nosso Top 3!!!

Arthur participou busca pela escola, teve oportunidade de interagir e conhecer os locais. Sentimos que ele ficou a vontade naquele lugar, além de eu ter várias referências positivas de pais que tem seus filhos lá, além de funcionários conhecidos. Foi conosco à reunião antes do início das aulas, conheceu os coleguinhas e as professoras.

Todo esse processo já faz parte da adaptação da família, sim, porque a criança não está sozinha nessa. Visitar, colher informações, participar de atividades extracurriculares como apresentações, quando possível, para perceber um pouco de como é o funcionamento da escola, se faz muito importante para que, após escolhida, não restem tantas dúvidas quanto a decisão ser correta ou não.

Digo isso porque é raro a criança que não chora!

O procedimento de adaptação, que varia de escola para escola, é que a criança seja deixada lá, um breve tchau e com pouca emoção (difícil ser nula!), depois podemos ligar para saber como a criança está, ou caso necessário, a escola liga. O deixei por 2:30h no primeiro dia. No primeiro dia não chorou. Mas logo imaginei que quando percebesse que aquilo seria uma rotina para ele, que estaria longe da gente, com estranhos, iria reclamar.

Dos 8 dias, tem reclamado 7. Digo reclamado porque resmunga para não ir, hora quando põe o uniforme, hora a caminho, outras vezes somente na porta. Teve um dia que mesmo chorando e dizendo que não queria, estendeu os braços e foi no colo da diretora, que recepciona as crianças.

Nos primeiros 4 dias liguei, ele estava bem e logo havia parado de chorar. Todos os dias voltou tranquilo, em paz e falante. Já percebo uma diferença em seu comportamento. Já havíamos superado (espero que em definitivo), aquela terrível crise de birras e choros que durou uns 20 dias. Agora meu menino está em outro extremo: De um carinho maravilhoso, onde muitas vezes no dia pede beijos e braços, diz que ama, quer ficar perto, assistindo seus programas em nosso colo, lendo seus livros em nosso colo, brincando no chão. Mais interessado por escrever. Uma delícia. Mesmo hoje após ter levado uma unhada!

Estamos em adaptação ainda e pena que logo chega o carnaval, uma semana sem aula... creio que na semana seguinte mais alguns dias de choro. 

Nós pais, durante esse período temos que ser fortes e não chorar! Especialmente em frente a criança: "Ora, que lugar é esse que minha mãe me deixa chorando? Coisa boa não deve ser", mesmo que seja um choro de emoção, a criança não sabe filtrar, choro é choro! Deixe-a tranquila e em paz. Chore depois. No primeiro dia, deixei Arthur e fui a academia, ainda estava em férias. Os olhos encheram de lágrimas, meu pequeno deixando de ser um bebê, saindo de minha vista e conquistando seu espaço na sociedade... passou um filme na cabeça, estava emocionada!

Antes de deixar a criança na escola, evitar falar muito sobre o assunto, tipo "Vamos pra escola hoje!", "Onde estamos indo?" , frases e atitudes como essa podem deixar a criança ansiosa e atrapalhar o processo. Agir naturalmente, claro que nunca mentir dizendo que vai a outro lugar. Simplesmente manter a rotina, fazendo com que o ir a escola seja entendido como parte dessa nova e natural rotina.

Ao receber a criança, mesmo que ela ainda não fale, pergunte como ela se SENTIU na escola. A criança é o foco! Ela é o elemento principal de todo esse processo e seu sentimento é o que mais importa. O que ela fez ou deixou de fazer é secundário. Criança feliz e tranquila produz mais.

Estamos muito felizes com nossa decisão e por enquanto pensamos que é a melhor opção para ele. Além disso, ainda temos a tarde toda juntos, como sempre foi...

Escolhendo a Escola do Seu Filho - Ensino Bilingue e Confessional



Embora o Ensino Bilíngue e o Ensino Confessional (religioso) não sejam linhas pedagógicas, o fato é que escolas desse tipo tem se espalhado por todo o país, por isso decidi abordá-las aqui.

Tanto o bilíngue quanto o confessional seguem alguma das teorias da pedagogias estudadas até aqui. O que as diferencia é o trato com as questões abordadas (religião ou língua estrangeira)  e, mais uma vez, com relação as expectativas das famílias com relação a esse tipo de estudo. 

Com relação as escolas religiosas, apesar do Brasil ser um estado Laico (não pode privilegiar uma religião em detrimento a outra), ao escolher uma escola confessional, a família deverá entender que o ensino religioso fará parte da grade curricular e os alunos estarão sob a doutrina da religião a qual a escola está ligada. Essas escolas geralmente tem um currículo mais tradicionalista em sua conduta social, porém podem adotar qualquer prática pedagógica.

Com relação as escolas bilíngues, existe uma crescente procura em escolas que alfabetizem tanto em português quanto em uma outra língua, como inglês ou espanhol. Essas escolas tem a tendência a seguirem o modelo de séries de seus países de origem, porém com adequações à legislação brasileira. Portanto aqui também podemos ter escolas bilíngues em pedagogias diferentes. Geralmente as famílias que procuram escolas desse tipo o fazer com o intuito de preparação para a vida e em especial para o mercado de trabalho.

Por conta da língua e cultura serem partes da grade curricular nas escolas de educação bilíngue, há o mito de que pode ocorrer algum atraso na alfabetização, o que não procede. Nos anos iniciais, poderá acontecer alguma substituição de palavras, e a criança utilizar tanto uma quanto outra língua, e também misturar um pouco, mas isso em nada atrapalha a alfabetização. Terminado esse estágio inicial, a criança está apta a compreender em que momento utilizar cada palavra.

Nestes dois casos o mais importante é a criança ter o acompanhamento da família pois aquilo que é estudado na escola deverá estar em conformidade com aquilo que a criança terá em casa, na questão de conduta e acompanhamento escolar. Não necessariamente a família precisa se "converter" ou falar em uma outra língua o tempo todo, mas é fundamental que a criança se sinta segura do ambiente na qual está inserida. Em casa, sua rotina e programação deverá estar em concordância com a pedagogia na escola e com os preceitos que esta segue.

Por esse motivo é fundamental a participação ativa da família nas reuniões, festas e em contato com a direção, coordenação e corpo docente sempre que necessário, ou solicitado, tanto por parte da escola quanto por parte da família.

Escolhendo a Escola do Seu Filho - Construtivismo

Em continuidade à série de textos para auxiliar as famílias na escola da escola, hoje discutiremos sobre o Construtivismo, que tem seu principal autor o francês Jean Piaget, Emília Ferrero

O construtivismo propõe que o aluno experimente e construa seu próprio conhecimento através de interações com o meio, através dos objetos e das pessoas.

Existem três palavras chaves quando nos referimos a essa pedagogia: 
Ação: O sujeito (criança) experimenta.
Assimilação: Modifica seus experimentos no intuito de verificar possibilidades
Acomodação: Fixação dos esquemas experimentados.

No construtivismo, a base do conhecimento é através de sua construção, ou seja, como o indivíduo faz para chegar ao resultado final. O processo é mais importante que o resultado, pois é nesse processo que ocorre o desenvolvimento global do indivíduo com seu meio. A construção é permanente, uma vez que o mundo está em constante movimento.

Nesta pedagogia, acredita-se que o conhecimento se transforma uma vez que não há "acúmulo de conhecimento" e sim novas interações, esquemas e novos entendimentos sobre esquemas já formados.

O professor e a escola são canais de problematização, ou seja, devem fornecer ao aluno a oportunidade de experimentação e construção de seus esquemas e aprendizagem. Deve ser uma escola que permita a reflexão e a auto avaliação, portanto, não rígida, respeitando o tempo de aprendizagem de cada indivíduo, a diversidade de interesses, culturas e conhecimentos. 

Essa escola deve fomentar a pesquisa, a resolução de problemas, o desenvolvimento de projetos e hipóteses.

As escolas, por conta das pesquisas de Piaget, podem ser divididas em ciclos:

0-2 anos: Fase Sensório Motor - onde o bebê passa a construir esquemas de ação para assimilar o meio. Noções de objeto, espaço e tempo, construídas através de ações, que aos poucos interagem entre si.

2-7 ou 8 anos: Fase Pré Operatória - Surge na criança a capacidade de substituir o objeto por uma representação, por isso a fase também é conhecida como Fase da Inteligência Simbólica. Atribui símbolos e faz uso de movimentos mais sofisticados e intuições.

8 - 11 anos: Fase Operatório Concreto - Onde a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, dependendo do mundo concreto para fazer suas conexões e aprendizagem. Percebe a reversibilidade, ou seja, que as ações podem ser desfeitas e refeitas de maneiras, muitas vezes, diferentes.

8 - 14 anos: Fase Operatório Formal - Quando a criança/adolescente é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções sem necessariamente depender apenas da observação da realidade, do concreto, aplicando raciocínio lógico a todas as classes de problemas.

De uma forma geral, a palavra chave é incitar a curiosidade através de experimentos e atividade que levem o aluno a construir seu conhecimento baseado em sua interação com o mundo em que vive e da forma como lhe é mais familiar.

*Em qualquer das pedagogias expostas, estamos apenas colocando uma ideia geral, pois como já disse, é muito difícil em poucas palavras, explicar toda uma vida de pesquisas e conceitos, mas como sempre de maneira didática, informar aos pais que procuram escola para seus filhos, um pequeno manual para verificar se a escola se encaixa no perfil de seu filho e de sua família.

*Salientamos também que qualquer que seja a escolha, é importante observar o desenvolvimento geral da criança, se ela continua animada e progredindo em um âmbito geral de vida, pois qualquer dificuldade, poderá interferir em seu desenvolvimento pedagógico.

Com relação aos pequenos, é importante verificar acima de tudo, a higiene, praticidade, e segurança do local, porém a escola de educação infantil ou maternal já pode indicar a pedagogia que a criança deverá seguir, oferecendo assim, segurança para seus "primeiros passos" na vida escolar.

Ainda temos muito o que debater, e verifiquem nas postagens anteriores o que já foi comentado.




Escolhendo a Escola do Seu Filho - Montessori

Imagens da internet


Algo bastante importante, em meu ponto de vista, a ser observado, além da distância, de casa ou do trabalho, é também a distância de algum parente ou amigo próximo que possa buscar a criança em caso de necessidade, na ausência ou atraso dos pais. Nessa loucura de grandes metrópolis, não é raro ficarmos presos no trânsito e a criança ficar esperando...

Outra observação que considero importante, mesmo acima do tipo de pedagogia nesses anos iniciais, é a qualificação profissional das professoras e cuidadores. Escolas pequenas nem sempre conseguem contratar professores suficientes para as turminhas, deixando as crianças a cargo de excelentes cuidadores(as), mas em minha opinião, um profissional deve sempre ser responsável pela turma.

Voltando a questão pedagógica, hoje trago em simples palavras, como funciona a Pedagogia Montessoriana, lembrando que fica muito difícil trazer para a linguagem do blog, toda a pedagogia, que leva anos de estudo. Trago aqui apenas algumas referências e um breve resumo em linguagem prática na tentativa de ajudar as mamães a entenderem melhor tais pedagogias. 

Primeira médica a se formar na Itália, Maria Montessori iniciou sua "pedagogia" dando maior atenção as crianças com deficiências. Com um olhar para o "ser individual", a pedagogia que desenvolveu busca a educação através da liberdade, atividade e independência do indivíduo (criança), de forma que este indivíduo possa traçar seu próprio caminho para a vida. Desta forma, as escolas que se pautam por essa pedagogia, devem fornecer subsídios (material didático) para que cada criança construa seu proprio conhecimento através de observação e experimentação.

A Pedagogia Montessoriana propõe o desenvolvimento do conhecimento e não a transmissão de conhecimento, portanto todo o ambiente deve ser e estar voltado a este desenvolvimento, desde móveis aos objetos colocados nestes móveis, ao alcance e atraentes para que a curiosidade seja fomentada e a partir dela o conhecimento. Busca portanto a construção de uma criança autônoma e independente, onde o meio é mais "educador" que os "professores" por assim dizer.

O professor em uma escola de Pedagogia Montessoriana é um canal para o conhecimento e não o ser central que transmite o conhecimento. Sendo assim, nesse estágio de aprendizagem, a criança se "auto-educa", os objetos e o meio lhes mostram erros e acertos, e tudo isso pautado pelo estágio de desenvolvimento psíquico e motor de cada criança, e ao interesse de cada indivíduo, já que o método se mostra altamente individualizado. 

O ambiente em uma escola Montessoriana é fortemente atrativo para cada fase do desenvolvimento infantil, sendo atrativos, coloridos, simples, leves, resistentes, e únicos, com objetivo de saber explorar tal objeto, e retorná-lo ao devido local, até mesmo limpá-lo caso seja necessário, estimulando dessa forma também a necessidade de organização e partilha. Caso alguma criança queira utilizar algum objeto que está com outra criança, deverá aguardar seu momento, exercitando assim a paciência, a disciplina e minimizando a competitividade própria da idade.

Todavia, com uma pedagogia centrada no aluno, individualizada e construída à base da independência de cada indivíduo, tal pedagogia se mostra eficiente especialmente nos anos iniciais. Mas em níveis mais avançados como fundamental e médio, a educação coletiva ainda se sobrepõe à individualizada, com programas e metas a serem atingidas pelo grupo de alunos.

Ao escolher uma escola Montessoriana para a criança em fase de educação infantil, é importante também que a família tenha um preparo para entender que cada indivíduo tem seu tempo de aprendizagem, seus interesses e estágios de maturação (psiquica e biológica), e portanto não gerar ansiedade sobre os resultados de sua aprendizagem e principalmente não fazer qualquer tipo de comparação entre ele e o coleguinha. O ambiente em casa também deve ser adaptado conforme a pedagogia, de forma a ajudá-lo a desenvolver suas capacidades e habilidades, conforme a linguagem pedagógica em que está sendo orientado.

Ressalto: Visitar a escola por diversas vezes, conversar com outros pais, estar em acordo com a família e sentir segurança no ambiente é o fator principal. Ao passar pelo período de adaptação, logo a criança deve demonstrar felicidade ao ir para a escola, pois todo ser humano gosta de se ver progredindo, e a escola é um lugar de progresso. Para o melhor desenvolvimento e aprendizagem do seu filho, ele deve estar seguro e feliz, essa segurança começa em casa.




Escolhendo a Escola do Seu Filho - Waldorf

Acredito ser a queridinha do momento por parecer um oásis em meio a multidão de extrema competitividade e egocentrismo, a pedagogia Waldorf é quase centenária. Utilizada desde 1919, foi desenvolvida pelo austro hungaro Rudolf Steiner e aplicada com os filhos de operários da indústria alemã Waldorf Astoria.

Pintura que simboliza os a base da Pedagogia Waldorf


A Pedagogia Waldorf é baseada na Antroposofia que é o estudo do Universo e do Homem, respeitando a liberdade espiritual de cada um, apesar de Antroposofia não ser entendida como religião ou seita religiosa. É uma ciência que procura conciliar a observação, descrição e interpretação de fatos concretos, sem a esoterização. Observa o corpo físico, corpo etérico (força vital, responsável pela vida) e corpo astral, responsável pela conexão do homem com impulsos físicos superiores. É dessa maneira que o homem reage, pensa e entra em contato com sua realidade, sob uma ótica absolutamente particular. 

A Pedagogia Waldorf leva em consideração a individualidade biológica de cada ser humano, conceito esse muito respeitado em educação física, ou seja, cada indivíduo é absolutamente diferente do outro, e isso deve ser respeitado. Em pedagogia, não considera apenas a individualidade física, mas emocional, mental, social, familiar. Além disso, o meio e a criação em que vive fazem parte de sua existência e formação como pessoa.

A criança tem seu tempo de aprendizado, e as informações devem ser apresentadas de diversas maneiras para que compreenda seu integral significado. Melhor ainda, cada informação deve ter significado para cada criança, a informação deve fazer parte de seu cotidiano, e esta assimila conforme sua maturação, informações anteriores, conforme seu nível de compreensão.

A Pedagogia Waldorf pretende uma educação baseada no ser humano, portanto não tem necessariamente uma metodologia sistematizada, apesar de existir sim uma orientação e alguma condução por parte do professor, que tem mais uma função de orientador para manter a harmonia do ambiente, dos alunos e das atividades, suas atitudes e consequências. Respeita-se as qualidades dos alunos, e a aprendizagem é orientada através desses aspectos positivos. Dessa forma busca-se o prazer no conhecimento, pois o aluno buscará saber em seu tempo e através daquilo que lhe é mais fácil 

Em escolas de Pedagogia Waldorf é possível ver no jardim de infância, alunos de diversas idades juntos, pois as crianças não são distribuídas por ciclos. Portanto, não se assuste ao ver crianças de 3 anos e outras de 7 anos em um mesmo ambiente, a Pedagogia não entende que a educação é como uma linha de produção, todos iguais, ao mesmo tempo. Nessa pedagogia, os maiores recebem a responsabilidade sobre os menores. Assim como em uma família, e o aprendizado acontece também por imitação. Aliás, haverá sempre a presença de 2 professores. Harmonia e convivência social é mais valorizado que o ensino de conteúdos nessa idade, tudo realizado de maneira coletiva. 

O ambiente na escola deve ser acolhedor como em uma casa, transmitindo assim segurança que os pequenos precisam ter para seu desenvolvimento como ser humano, total e completo. A valorização daquilo que é natural como madeira, fibras, tecidos, pedras, a natureza em si. As coisas sintéticas não são toleradas pois são consideradas símbolo de um mundo de mentiras.

Atividades como pintar, modelar, dramatizar, dançar, cantar, recortar, colar são fundamentais para a criança e absolutamente utilizadas nas escolas Waldorf. Possuem áreas livres em contato com a natureza como jardins com obstáculos e brinquedos como gangorras, balanços, escorregas, etc, isso tudo desenvolve o ser etério que existe em cada um. Objetos e brinquedos naturais, que estimulem a interação homem/universo, e estimulem atividades de imaginação 

A presença dos pais é fator essencial para o desenvolvimento da criança sob o olhar da Pedagogia Waldorf, acompanhando, participando e interagindo. As atividades propostas para serem feitas em casa são coletivas, a família colabora. Também não se deve comparar o estágio de aprendizagem com alunos de outras pedagogias, aliás nunca se deve comparar. Como a pedagogia respeita o tempo de aprendizagem de cada indivíduo, muitas vezes pode parecer demorar a aprender gramática ou matemática, por exemplo.

Para ensino fundamental os alunos ficam apenas com 1 professor que será responsável por ensinar as matérias tradicionais como português, matemática, história, geografia, etc... outras matérias são ensinadas por outro professor e a classe formada por afinidades, como música, dança, jardinagem, línguas estrangeiras etc... O professor tem um papel fundamental de observar o aluno e conhecê-lo em seu âmbito pessoal, agindo como um orientador e capaz de avaliá-lo conforme suas potencialidades e habilidades e não uma avaliação tradicionalista.

Da mesma maneira acontece no ensino médio, porém algumas modificações estruturais para que o aluno saia em condições para o mercado de trabalho, lembrando que o objetivo principal da Pedagogia Waldorf é formar o ser humano, capar de aprender e evoluir.

De uma forma geral, a Pedagogia Waldorf busca a educação humana, integralizada, não somente a transmissão de conteúdos, mas aprender a aprender.

Visite o site da Federação de Escolas Waldorf para maiores informações.

*Pesquisas baseadas em artigos científicos e estudos de caso


Deixo aqui registrado então um breve resumo da Pedagogia Waldorf. Uma pedagogia é feita através de estudo de vários anos, e através de vários fatores. Por vezes fica muito complicado resumir em tão poucos parágrafos, toda uma filosofia, anos e anos de estudo. Quero aqui, apenas tentar esclarecer um pouquinho e de maneira bem didática, alguns questionamentos quanto a escolha da escola. Como já disse em um post anterior, a escolha deve ser feita através de muita pesquisa e visita: Leitura de artigos, conversas com pais, e acima de tudo, respeitando a individualidade da criança e da família. 

Qualquer dúvida, deixe no campo de comentários.
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Escolhendo a Escola Para Seu Filho - Parte 1

Cada vez mais cedo as crianças tem que ir para a escola. Hoje, a lei brasileira prevê que as crianças devem frequentar a escola a partir de 4 anos, regularmente. Porém, com a independência das mulheres, e ainda mais, com a necessidade da mulher também trazer o sustento financeiro para casa, muito mais cedo as crianças passam a frequentar escolas e creches.

Por mim, seguiria os caminhos da lei. Deixaria Arthur conosco até 2017, quando completará 4 anos. Estará mais independente e seguro. Por outro lado, também entendo que a escola faz seu papel social, pois estão entre outros da mesma idade, coisa que em meu tempo a sociabilização era na rua. Talvez tenha que colocar Arthur na escola em breve, quem sabe em 2015, portanto já estou estudando e visitando lugares. Não quero fazer nada com pressa.

Quando pensamos em escola para crianças (tão pequenas), a primeira preocupação é que a criança se sinta bem e acolhida, afinal, o filho é nosso maior bem! Precisamos ter confiança que ali será um ambiente saudável para que ela sinta prazer e continue crescendo e se desenvolvendo da melhor maneira possível. Visitar escolas se faz muito necessário e não pode ter pressa. Antecipe-se, mesmo que ainda não precise colocá-la neste momento. Conversar com famílias, pesquisar na internet, ainda mais hoje que a informação está em todo lugar. Peneirar as informações...

A oferta de escolas é imensa e a dúvida acompanha essa oferta. Como escolher? Qual a melhor? 

Minha formação profissional me deu uma base pedagógica muito importante, que hoje relembro, revejo e estudo muito por conta do Arthur. Afinal, independente do quanto estudamos, aprendemos mesmo na prática. Arthur é minha revisão de caso.

Vou compartilhar aqui algumas de minhas pesquisas com relação às pedagogias mais populares na questão de educação infantil. 

Em primeiro lugar temos que pensar na praticidade. Os grandes centros urbanos brasileiros estão cada vez piores no quesito mobilidade urbana. Trabalhar perto de casa é um sonho, infelizmente longe do alcance de muitos. Para a escolha da escola não pode ser diferente. Imagina ter que atravessar a cidade com a criança no carro, ou em transporte coletivo (mesmo o transporte escolar)? Outro ponto a ser avaliado é quando a criança ficar doente. Não é indicado mandá-la para escola, e caso tenha que voltar, quem irá buscar? Estáá acessível?  Já começam os questionamentos...

Preço. Não adianta a escola ser um sonho não possível. O ideal é trocar o mínimo possível de escola, por questões de afinidade mesmo, tanto com a escola quanto com os colegas. Isso também influencia no processo de aprendizagem, mesmo dos menores enquanto isso não é exigido.

Com relação a parte pedagógica, ou seja, que linha de educação a escola resolveu seguir, muitos outros questionamentos. Tantos são os teóricos da educação, em tantas forma de pensamento, para quem não é da área é uma confusão danada! Nós que trabalhamos na educação também temos nossos questionamentos.

De antemão quero adiantar que não existe escola perfeita. Cada uma, em sua linha pedagógica irá se adequar ao estilo da família. Há alguns anos atrás seguíamos, quase exclusivamente, a linha tradicional, onde as crianças aprendiam pelo alfabeto e usávamos a cartilha. As crianças estavam padronizadas e aquilo que saía do padrão estava errado. Quantos antigos foram forçados a usar a mão direita, quantos receberam palmatória... claro que em tempos remotos. Através dos estudos descobriram então que cada ser humano tem seu tempo e a metodologia que se aplica a cada perfil pessoal. Da mesma forma que hoje se valoriza a Inteligência Emocional como fator fundamental para o sucesso, as diversas linhas pedagógicas também devem ser observadas para o sucesso do aprendizado da criança.

Com relação ao perfil da família, vale lembrar que muitos ainda preferem o B+A=BA, enquanto outros valorizam a relação interpessoal e sustentável. Há ainda aquelas que já se preocupam em oferecer uma educação bilíngue, e as escolas devem seguir também essa orientação. Porém a criança, que é o alvo central de toda essa discussão, deve ser constantemente acompanhada e "avaliada", e se aquele ambiente está extraindo todo seu potencial.

Para os menores, higiene, espaço, disponibilidade de cuidadores, preparação desses cuidadores/professores, alimentação, são os principais fatores que devem ser observados ao procurar uma escola. A parte pedagógica, pensando em alfabetização, vem em segundo plano pois ocorre mais adiante, aos 5 anos aproximadamente. Mas já deixar a criança em um ambiente que já indique como será sua aprendizagem, já o deixa preparado e adaptado.

Fique atento às próximas semanas onde estarei detalhando em linguagem simplificada, como sempre, um pouco sobre as principais pedagogias da aprendizagem que temos atualmente: Tradicional, Waldorf, Montessori, Piaget, e também um pouco da educação Bilingue.

Participe, deixe sua dúvida aqui no blog ou na fanpage NamorarSempre





 
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