Esses dias estão um tanto conturbados. É um sobe e desce de emoções que tá difícil. De repente me peguei chorando por dias seguidos, desanimada, deprimida... quando alguém me perguntava o que estava acontecendo, demorei para conseguir achar palavras. Isso deixou a todos preocupados e me sentindo ainda mais responsável.
A verdade é que a chegada do Arthur mudou demais minha vida, minha rotina. Não me imagino sem ele, não consigo pensar no que eu estaria fazendo se ele não existisse, ele é o amor da minha vida, seus olhinhos de jabuticaba me olhando, suas mãozinhas ainda descoordenadas, sua boquinha que balbucia "angu" e gritinhos de conversa, me chama quando o deixo no móbile e vou ao banheiro, o sorriso que agora surgiu com espontaneidade.... mas por outro lado não me encontro nesse novo papel, o papel de mulher/esposa/mãe...
Minha mente está sempre um passo a frente e não vivo o momento. Quando estou amamentando minha cabeça está a mil pensando nas coisas que me propus a fazer, encarei isso como minha responsabilidade, aqui em casa onde sempre dividimos tudo. O Elliot tem trabalhado bastante, já que está com vários alunos de personal, pra mim (na minha cabeça) restou a casa e o filho. Estou ansiosa pois não dou conta. Parece um "cuco maluco" me lembrando a todo momento o que é preciso ser feito: "Preciso descansar um pouco", "passar um pano no chão", "lavar o banheiro", "fazer o almoço", "treinar um pouco".... em meio a isso tudo cuidar o meu bem mais precioso....
A hora da amamentação deveria ser sagrada, um momento de cumplicidade meu e do Arthur, mas é o momento em que muitas vezes a casa está vazia, silêncio total... é nessa hora que vem os pensamentos de urgência atazanar minha vida, nisso fico ansiosa pensando sempre um passo a frente. Quando o bebê dorme, seria o momento pra mim, mas como estou tão pilhada, parece que não consigo fazer nada, tampouco descansar. Além disso o Arthur passou alguns dias muito agitado, nervoso, agora melhorou. Talvez sejam os tais "Picos de desenvolvimento" . Acredito que minha privação se sono desencadeou o turbilhão de pensamentos. PIREI.
Triste é perceber o quanto isso tem influenciado todos os que estão em volta, que ficam preocupados ao me ver com aquela cara de quem foi atropelada, daí mais pensamentos de "responsabilidade".
Por fim, consegui colocar para fora os sentimentos, não está fácil mas ao menos penso que posso lidar com isso, trabalhar na mente para não deixar a depressão se instalar, afinal, a mulher permanece suscetível a depressão pós parto durante um bom tempo.
Quanto ao treino, tem sido ocasional, somente quando me sinto disposta. Essa vontade de treinar não é somente por estética, é também por conta do corpo que pede ajuda para aguentar a maratona que estamos vivendo, fortalecer principalmente as costas para suportar a postura para segurar o bebê e noites mal dormidas.
O lema agora é: uma coisa de cada vez.